terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (24) nove mandados de prisão preventiva e de 16 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e no Pará contra uma quadrilha especializada investigada por fraudes bancárias através da internet. O valor estimado de desvio superaria R$ 5 milhões.


Os mandados de busca da 'Operação Dedicado' estão sendo cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Tramandaí, no Rio Grande do Sul, e em Marabá (PA). A investigação aponta que um gaúcho seria o líder da quadrilha, e teria como principal interlocutor um paraense.


As fraudes começavam com a invasão de contas bancárias da Caixa Econômica Federal e de outros bancos para desvio de valores para contas em nomes de laranjas, além do pagamento de boletos bancários e tributos, principalmente IPVA. Os suspeitos também faziam compras inexistentes com cartões de crédito e invadiam contas de clientes de empresas aéreas para emitir passagens a terceiros usando os pontos do programa de milhagem das vítimas.


A quadrilha também usava o dinheiro desviado para compras de mercadorias, principalmente materiais de construção. Empresas de fachada a serviço do grupo seriam usadas para emitir boletos falsos para que fossem quitados usando valores desviados das contas invadidas.
A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (24) nove mandados de prisão preventiva e de 16 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e no Pará contra uma quadrilha especializada investigada por fraudes bancárias através da internet. O valor estimado de desvio superaria R$ 5 milhões.


Os mandados de busca da 'Operação Dedicado' estão sendo cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Tramandaí, no Rio Grande do Sul, e em Marabá (PA). A investigação aponta que um gaúcho seria o líder da quadrilha, e teria como principal interlocutor um paraense.


As fraudes começavam com a invasão de contas bancárias da Caixa Econômica Federal e de outros bancos para desvio de valores para contas em nomes de laranjas, além do pagamento de boletos bancários e tributos, principalmente IPVA. Os suspeitos também faziam compras inexistentes com cartões de crédito e invadiam contas de clientes de empresas aéreas para emitir passagens a terceiros usando os pontos do programa de milhagem das vítimas.


A quadrilha também usava o dinheiro desviado para compras de mercadorias, principalmente materiais de construção. Empresas de fachada a serviço do grupo seriam usadas para emitir boletos falsos para que fossem quitados usando valores desviados das contas invadidas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Homem morre quando ia receber indenização por 19 anos de prisão...

Injustiça... 
O Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, diz que Marcos Mariano da Silva foi vítima do maior erro judicial da história do Brasil.
Homem calmo, de muita fé, Marcos Mariano da Silva era um brasileiro de vida simples. Na última terça-feira (22), quando morreu aos 63 anos de idade, encerrou uma história dramática marcada pela injustiça e por um sofrimento que comoveu o país. Ele passou 19 anos preso por um crime que não cometeu. E o mais grave: jamais teve direito a um julgamento.
Marcos Mariano foi preso pela primeira vez acusado de assassinato. Aconteceu no Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife, em 1976. Marcos contou que, na época, dirigia um táxi. Durante uma parada para o almoço, um homem ferido se apoiou no carro dele, sujando o capô e o vidro de sangue. Esta suposta prova mudou a vida de Marcos Mariano. A família da vítima reforçou a acusação.
“Ninguém poderia me acusar, porque não tinha participação”, disse Marcos Mariano.
Quando foi preso pela primeira vez, Marcos Mariano tinha 28 anos de idade. Era jovem, casado, tinha mulher, filhos e um emprego fixo. Perdeu tudo. A mulher e os filhos nunca mais apareceram.
Seis anos depois, o verdadeiro culpado foi preso e confessou o crime. Marcos ganhou a liberdade e um pedido de desculpas do governo de Pernambuco.
Quando foi libertado, Marcos Mariano tinha 34 anos e a difícil tarefa de recomeçar. Mas a estrada que escolheu o levou direto para a prisão mais uma vez, três anos depois.
Na boleia de um caminhão que dirigia, Marcos foi detido por um policial que o reconheceu e pensou que ele era um foragido. Depois foi preso por ordem do então juiz Aquino de Farias Reis, hoje desembargador aposentado. Procurado pelo Fantástico, o desembargador alegou problemas de saúde e não quis dar entrevista.
Uma nova e inacreditável injustiça. Além da humilhação, Marcos Mariano levou outras sequelas dos tempos de prisão. Teve a saúde comprometida por uma tuberculose e ficou cego durante uma rebelião ao ser atingido por estilhaços de uma bomba de gás lacrimogêneo.
“O estado sabe que errou, o estado sabe que prendeu um cidadão de bem, indevido. Não poderia ter acontecido isso comigo” declarou, à época, Marcos.
A segunda injustiça contra Marcos Mariano só foi descoberta depois de uma revisão nos arquivos do presídio feita pelo então diretor, o major Roberto Galindo.
“O trabalho de polícia é muito difícil, e um erro da nossa parte, tanto da polícia quanto da Justiça, pode ter consequências graves”, avali ao major Robero Galindo, ex-diretor do presídio.
Quando deixou as grades da prisão e reencontrou a liberdade, Marcos estava cego, com tuberculose e desempregado. Aos 50 anos de idade, ele teve que mais uma vez recomeçar a vida.
Ele encontrou apoio na segunda mulher, Dona Lúcia. Os dois se conheceram durante visitas ao presídio. Lúcia acompanhava uma amiga. Eles se casaram e adotaram Leonardo.
Marcos já não podia mais trabalhar e a indenização paga pelo governo de Pernambuco, na época, era de R$ 1,3 mil por mês. “Logo no começo ele ficou muito aperreado, porque a gente não tinha situação financeira”, comenta Dona Lúcia.
Mas continuava a luta por uma reparação. Marcos ganhou uma indenização milionária: R$ 2 milhões. Em 2009, o governo de Pernambuco foi obrigado a pagar a metade desse valor. “A prova para a sociedade, minha família, de que eu nunca fui um criminoso, para mim, foi a minha maior satisfação”, disse Marcos.
Com o dinheiro, Marcos Mariano ajudou os parentes. “Bom filho, era bom filho, porque ele fazia tudo por mim”, diz Severina Nunes da Silva, mãe de Marcos.
“Para os irmãos, ele pegava e dava uns R$ 500 para um ou R$ 1 mil para outro”, conta Dionísio Mariano da Silva, irmão de Marcos.
Na última terça-feira (22), às 15h, o ex-mecânico Marcos Mariano recebeu a notícia que mais esperava. Pelo telefone, ele foi informado pelo advogado que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia negado por unanimidade o recurso do estado de Pernambuco e que ele iria receber a segunda parte da indenização. Ele agradeceu a Deus e veio tirar uma soneca em uma cama, como ele fazia toda tarde. Às 19h, Dona Lúcia veio acordar o marido para o jantar. Foi quando ela percebeu que ele estava morto.
“Não tinha rancor. Ele só entregava tudo a Deus”, lembra Dona Lúcia.
Um dos sonhos dele era ver o filho formado. “Vou me esforçar bastante para poder realizar [os sonhos do pai]”, afirma o filho de Marcos, Leonardo Silvestre Ribeiro.
Foi na casa comprada com parte da indenização que Marcos passou os últimos anos de vida. No atestado de óbito, a causa da morte: infarto. “É como se ele estivesse esperando fechar este ciclo para provar definitivamente que ele era uma pessoa do bem”, observa o advogado José Afonso Bragança Borges.
Do governo de Pernambuco, Marcos recebeu um pedido de desculpas por escrito. O texto classifica as prisões de Marcos como violência inqualificável.
O Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, diz que Marcos Mariano da Silva foi vítima do maior erro judicial da história do Brasil. E diz que Marcos Mariano foi simplesmente esquecido pelo poder público.
“Uma sucessão de erros praticados por pessoas do Judiciário, da polícia, enfim, do sistema penitenciário. Enfim, uma sucessão de erros”, aponta o advogado José Afonso Bragança Borges.
“Ele disse pra mim que estava muito contente que agora ia sair, que a gente ia ter uma vida melhorzinha. Só foi isso que ele disse. Não falou mais nada e foi para a cama deitar”, comentou Dona Lúcia.
A indenização dos herdeiros de Marcos Mariano talvez demore a sair. Um processo será aberto e o governo poderá pagar em 15 anos.
FONTE: g1.com

Primeiras-damas de municípios de SP e AL são acusadas de desviar dinheiro público...

Elas são primeiras-damas de municípios brasileiros e foram acusadas de gastar dinheiro público para compras particulares. Até uísque e ração para cachorro elas compraram com verba da prefeitura.

Imagens inéditas mostram a prisão de Constância Félix, esta semana. Ela tem 54 anos e é mulher de Silvio Félix, prefeito de Limeira, a 150 quilômetros de São Paulo. 
O Ministério Público tem indícios de que a primeira-dama montou empresas em nome de outras pessoas, os chamados “laranjas”, para esconder um patrimônio milionário.  
São pelo menos 61 terrenos, casas e apartamentos. O valor total, de acordo com o Ministério Público, passa dos R$ 18 milhões. A maioria dos imóveis fica em áreas nobres da capital paulista.  
Procuramos os supostos "laranjas". A casa de Isaías Ribeiro fica na periferia de Limeira. Uma empresa de jardinagem chamada Fênix está no nome de Isaías e de um dos filhos do prefeito e da primeira-dama. Em nome dessa firma, constam 12 imóveis, avaliados em R$ 7 milhões. Quem nos atende é a mulher de Isaías, que também já foi sócia dessa empresa.  
Fantástico: Ele é dono da Fênix?
Mulher: Isso. O escritório era aqui.
Fantástico: Mas aqui não é a casa dele?
Mulher: É. Minha casa, nossa casa. 
Nossa equipe também foi atrás de Verônica Dutra, que é irmã da primeira-dama. Segundo o Ministério Público, Verônica, que mora em uma casa simples, tem em seu nome quatro imóveis, avaliados em R$ 831 mil. O filho de Verônica não quer conversa e pede ao nosso produtor que se retire. “Dá licença, tá? Aqui não tem nada, não”, disse o filho.  
De acordo com o Ministério Público, a primeira-dama de Limeira também usou os dois filhos, de 23 e 22 anos, para esconder o patrimônio dela. Os promotores dizem que os rapazes têm 23 imóveis, no valor total de R$ 6 milhões, e que a maioria dos bens foi declarada em Imposto de Renda, mas bem abaixo do valor real.  
Na quinta-feira passada (24), além da primeira-dama de Limeira, foram presos os dois filhos dela e outras nove pessoas.  
“Essas pessoas, a própria primeira-dama, não possuem renda ou patrimônio suficiente para reunir esse número considerável de bens e imóveis”, afirmou o promotor de Justiça Enzo Carrara Boncompagni.  
“Nós queremos saber por que há suspeitas de lavagem de dinheiro, de onde está vindo esse dinheiro”, questiona o promotor de Justiça Luiz Alberto Segalla Bevilacqua.  
O prefeito de Limeira, que também apresenta um programa infantil em uma TV local, não foi alvo da apuração que resultou nas prisões, mas é investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça em outros seis processos criminais. Um deles é sobre recebimento de propina.  
“Minha família trabalha há muitos anos e o que a minha família tem, tem renda para isso. Eu vou fazer o que tiver que fazer para provar que não existe irregularidade”, declarou o prefeito de Limeira, Silvio Félix.  
A primeira-dama de Limeira também é suspeita de receber R$ 14 mil por mês da Assembleia Legislativa de São Paulo sem aparecer no trabalho.  
O caso de Limeira não é o único. Este ano, no Brasil, pelo menos outras nove primeiras-damas foram presas, quatro só em Alagoas. Fomos até lá.  
Limoeiro de Anadia tem 26 mil habitantes e fica no agreste alagoano. O prefeito Marlan Ferreira e a primeira-dama, Eloísa Barbosa, são acusados de fazer compras particulares com dinheiro desviado da merenda. Em março, Eloísa chegou a ser presa. Agora, diante de nossa equipe, ela chora.  
A primeira-dama, de 41 anos, é secretária de Assistência Social. Em um primeiro momento, não quer gravar entrevista, mas o marido – que disse à equipe de reportagem do Fantástico que só anda armado - acha que ela tem de falar.  
“É melhor falar isso: que você comprava as coisas da casa maternal”, recomenda Marlan Ferreira, prefeito de Limoeiro de Anadia.  
“Eu não quero ser tachado como corrupto”, diz, depois, ao Fantástico.  
Ela, então, dá entrevista e nega ter desviado dinheiro da merenda. “Se as outras prefeituras ou as outras pessoas faziam, aqui a gente não fazia. Minha conta pessoal tinha uma, e a prefeitura era outra. Sempre foi assim”, comenta a primeira-dama de Limoeiro de Anadia, Eloisa Barbosa.  
Fomos a uma escola, na Zona Rural de Limoeiro de Anadia. Com 80 alunos, funciona há três meses na base do improviso, enquanto o Colégio Coronel Adauto Barbosa é reformado. O diretor da escola, João Batista Silva, diz que a merenda agora está chegando, mas...  
Fantástico: Onde é feita a merenda?
João Batista Silva: Numa cozinha ali que a gente improvisou que é um quarto.
Fantástico: A gente percebe que não tem nenhuma pia, não tem nada. 
Fomos à escola que está em reforma. Na quarta feira (16), dia útil, não tem ninguém trabalhando na reforma da escola. A prefeitura diz que a reforma será concluída em janeiro.  
Além de Limoeiro de Anadia, a Procuradoria da República afirma que o dinheiro da merenda também foi usado em compras particulares pelas primeiras-damas de Traipu, Belo Monte e Lagoa da Canoa, todas em Alagoas.  
“Faltava merenda vários dias. Dois, três dias por semana”, afirma o procurador da República José Godoy Bezerra de Souza.  
Em um supermercado, as primeiras-damas gastavam o dinheiro da merenda. Compravam no supermercado e colocavam na conta. Depois, quem pagava era a prefeitura com dinheiro federal, com dinheiro da merenda. Em depoimento, o dono do supermercado confirmou o esquema. Ele não quis gravar entrevista.  
“Este desvio acontecia tanto nas compras pessoais como em algumas cidades, um percentual era pago em dinheiro”, aponta o procurador da República José Godoy Bezerra de Souza.  
Fomos também a Belo Monte, a 200 quilômetros de Maceió. Quando chegamos, parte do município de sete mil habitantes estava sem água. “Banho no rio, prato no rio, roupa no rio. Tudo no rio”, diz a dona de casa Maria Quitéria Balbino.  
Segundo o Ministério Público Federal, Mônica Tenório, 26 anos, primeira-dama de Belo Monte, embolsava R$ 5 mil por mês do dinheiro da merenda. Fomos à casa dela. Deixamos vários recados, mas ela não nos atendeu.  
O Fantástico esteve também em Lagoa da Canoa, de 18 mil habitantes. Segundo as investigações, Fabiana Lira, mulher do prefeito Jairzinho Lira, usou o dinheiro da merenda para comprar, além de comida e produtos de higiene pessoal, seis litros de uísque, 24 garrafas de vinho e até ração para cachorro. É a melhor ração para cachorro e a mais cara também.  
Fabiana, 28 anos, também é a secretária de Assistência Social de Lagoa da Canoa. Segundo uma funcionária, Fabiana só aparece uma vez por semana e trabalha poucas horas, mas recebe R$ 1,2 mil por mês.  
Fantástico: A Fabiana está por aí?
Funcionário: Está não.
Fantástico: Quais dias ela vem?
Funcionário: Geralmente, ela vem assim... Dia de segunda.
Fantástico: Que horas, geralmente?
Funcionário: 14h.
Fantástico: E que horas ela vai embora?
Funcionário: Ela vai assim umas 16h ou 17h. 
Fabiana, que também foi presa em março e agora responde em liberdade, é a dona de uma loja de roupas. Ao ver a equipe de reportagem do Fantástico, os funcionários fecharam a porta e se esconderam.  
O prefeito e a primeira-dama de Lagoa da Canoa moram em Arapiraca. Logo que nós chegamos, todo mundo saiu correndo. Voltamos à Secretaria de Assistência Social de Lagoa da Canoa, que estava fechada com cadeado. A primeira-dama sumiu da cidade.  
Fomos duas vezes à prefeitura. Depois de uma hora, um homem que se diz procurador do município, falou em nome do prefeito e da primeira-dama.  
“A gente vai deixar bem claro: a gente grava com ele em qualquer lugar do Brasil”, disse o repórter. “Ele não vai gravar”, afirmou Francisco Ribeiro, representante do prefeito de Lagoa da Canoa.  
Sobre o uso de dinheiro da merenda para comprar uísque, vinho e ração para cachorro, o representante do prefeito de Lagoa da Canoa respondeu: “Será provado que estes fatos não existiram e a completa inocência deles”.  
No interior de São Paulo, as investigações apontam que as próprias primeiras-damas comandavam as falcatruas. Em Taubaté, o prefeito Roberto Peixoto e a primeira-dama Luciana ficaram três dias presos em junho, acusados de fraudar licitações e receber propina. Graças a um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o casal responde em liberdade.  
Em depoimento aos promotores , uma testemunha disse que o esquema rendeu R$ 5 milhões ao casal. “Quem comanda a coisa ali propriamente com o prefeito é a própria esposa dele”, afirmou.  
Segundo o denunciante, Luciana Peixoto, 55 anos, recebia agrados dos empresários que queriam ganhar as concorrências. “As joias eram presentes, mimos”, diz.  
“As provas evidenciam que ela tinha uma participação efetiva no controle das ações que visavam o desvio de recursos públicos”, aponta o promotor de Justiça José Carlos de Oliveira Sampaio.  
Procuramos Luciana Peixoto no trabalho e na casa da família. Quem se pronunciou foi a prefeitura de Taubaté, que disse, em nota, ser mentirosa a afirmação de que a primeira-dama recebia joias de presente e que o casal Peixoto não cobrava propina. A prefeitura diz ainda que o Tribunal de Contas aprovou o edital e a licitação para a compra de merenda.  
Mas, na sexta-feira passada (25), a Justiça determinou o afastamento de Luciana Peixoto do cargo de presidente do Fundo Social de Solidariedade de Taubaté. Segundo o Ministério Público, ela ordenou o pagamento de despesas sem licitação. A defesa nega irregularidades.  
Em Campinas, muita gente ainda se pergunta: o então prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Doutor Hélio, sabia o que a mulher fazia? Rosely Nassim Santos, 66 anos, que também era chefe de gabinete, é acusada de comandar um esquema de fraude em licitações e cobrança de propina que teria rendido R$ 48 milhões.  
“Se ela mandava no prefeito, eu não tenho como dizer. Mas todos os relatos apontam que o braço forte, a mão firme na administração de Campinas era a senhora Rosely, especialmente em relação a essa atividade criminosa”, aponta o promotor de Justiça José Cláudio Tadeu Baglio.  
Em um telefonema com um assessor, a então primeira-dama de Campinas xingou os promotores que a investigavam.  
Rosely: Eu tenho um poço de dinheiro?
Homem: Isso.
Rosely: Não acredito. São uns imbecis. 
Em agosto, Doutor Hélio, que é do PDT, foi cassado. Fomos à casa dele e da primeira-dama. O vigia disse que não tinha autorização para chamá-los. Em nota, o advogado do casal disse que a ex-primeira-dama não cometeu nenhum crime, que o procedimento de investigação foi ilegal e que as injustiças serão reparadas.  
A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo investiga se o suposto desvio de dinheiro em Campinas ajudou a financiar a campanha de candidatos do PDT, em 2010. Em uma planilha de contabilidade apreendida pelo Ministério Público, constam os nomes de Rafael Silva e Constância. Constância, dizem os promotores, é Constância Félix, a primeira-dama de Limeira, que foi presa esta semana. Ela não se elegeu deputada estadual.  
Já Rafael Silva, sim. Ele é o quarto vice-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Em março deste ano, Constância Félix assumiu o cargo de chefe de gabinete da quarta vice-presidência. O salário é de mais de R$ 14 mil. Fomos dois dias à Assembleia antes da prisão de constância. Foi difícil encontrar alguém que a conhecesse.  
Fantástico: Você sabe onde ela fica?
Funcionária: Nem eu, nem eu, viu. 
No gabinete, onde funciona a quarta vice-presidência, uma funcionária diz que Constância não está. “Não tem um dia certo, porque o trabalho dela não é fixo”, contou.  
Durante uma semana, ligamos na Assembleia e não encontramos a primeira-dama. “A gente não conhece ninguém com esse nome na presidência nem na vice-presidência”, disse um funcionário.  
O deputado Rafael Silva, chefe de Constância, diz que ela não é funcionária fantasma. “Ela não ficava direto no meu gabinete. Ela estava lá a serviço do partido e a serviço de todos os deputados nossos da bancada”, afirmou o deputado estadual Rafael Silva, quarto vice-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.  
O deputado também negou ter recebido dinheiro ilegal para a campanha e disse que exonerou a primeira-dama de Limeira assim que ela foi presa e que já tinha tentado demiti-la antes.  
“No dia 25 de maio, eu tive uma conversa com os outros deputados que me autorizaram a fazer isso. É porque eu falei: não é aceitável a esposa de um prefeito estar aqui com a gente. E eles concordaram. Um deles falou até: passa a régua. E eu a exonerei. Depois houve uma pressão do partido e eu fui obrigado a aceitar de volta”, contou afirmou o deputado estadual Rafael Silva.  
O deputado não quis dar os nomes de quem o teria pressionado. O diretório do PDT em São Paulo e o presidente estadual do partido, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, não quiseram se pronunciar.
Não existe previsão de quando será o julgamento das primeiras-damas mostradas nessa reportagem. O juiz Nelson Augusto Bernardes, que foi o primeiro a atuar no caso envolvendo a primeira-dama de Campinas, diz que o Poder Judiciário tem a obrigação de agir com rapidez e seriedade.
 
“A corrupção no poder público no Brasil é uma questão profundamente preocupante. É necessário que se enxergue esse problema com seriedade para que se possa fazer um combate sério e eficaz da corrupção”, afirma Nelson Augusto Bernardes. 
FONTE: g1.com

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UFPA - Universidade Federal do Pará

               Evento debate a divisão do Pará
Às vésperas do Plebiscito, que vai definir se a população do Pará quer ou não a divisão do Estado, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (ADUFPA) promoveu, na tarde desta quarta-feira, 23, um debate envolvendo a comunidade acadêmica. O evento ocorreu no anfiteatro do Complexo Recreativo Universitário Vadião, com a presença de servidores e estudantes da UFPA.
 O debate contou com a presença do professor doutor Aluisio Leal, economista, defensor da não divisão do Estado do Pará, e o deputado estadual José Maria, do Partido dos Trabalhadores (PT), defensor da divisão. O deputado José Salame, do Partido Popular Socialista (PPS), que também participaria do evento, comunicou à organização que não poderia estar presente.
 Projeto popular ou de poder? - Para o professor Aluisio Leal, este debate é importante, pois as discussões precisam ser intensificadas entre as camadas populares, e “na academia, há pessoas oriundas dos segmentos populares”.  Segundo ele, “os debates trazem à luz uma questão fundamental, como entender o porquê dessa proposta, o que motivou essa consulta popular”, avalia o economista.  Ele ressalta, também, que a discussão mais correta é entender “se o plebiscito é um projeto popular ou um projeto de poder, e não somente optar em votar no sim ou no não.”
 Para o Deputado Jose Maria, defensor do “sim”, o debate serve para informar aos participantes questões reais que motivaram a mobilização das três frentes concorrentes. “É importante que a sociedade paraense esteja ciente das reais questões que motivaram a existência desse Plebiscito, o que leva algumas pessoas a defenderem a criação dos Estados do Tapajós e do Carajás e, também, quem defende a permanência da totalidade do Estado”, comentou o deputado.
 Democracia - O professor do Programa de Pós- Graduação em Economia e membro da ADUFPA, Gilberto Marques, aponta que a ideia da Associação em promover este debate é colocar na mesa as duas posições e confrontá-las em um ambiente democrático, com tempos iguais e suficientes para que ambos possam expor seus pontos de vista.
No anfiteatro, muitos estavam curiosos para ouvir as posições dos debatedores. Um deles era o professor de Geografia, da rede pública de ensino, Expedito Carlos. “O debate é importante porque tenta mobilizar a sociedade sobre a discussão, e nada melhor que esta oportunidade para esclarecer os pontos principais sobre as duas visões”, afirmou Expedito. Ele ressalta a importância do professor na orientação dos alunos sobre o assunto. “O professor tem um peso muito importante para orientar os alunos e não influenciá-los na escolha do 'sim' ou 'não', mas deixá-los a par de todo o processo.”

Texto: Helder Ferreira – Assessoria  de Comunicação da UFPA
Quinta-feira, 24 de Novembro de 2011

UFPA - Universidade Federal do Pará.

  Evento debate a divisão do Pará

Às vésperas do Plebiscito, que vai definir se a população do Pará quer ou não a divisão do Estado, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (ADUFPA) promoveu, na tarde desta quarta-feira, 23, um debate envolvendo a comunidade acadêmica. O evento ocorreu no anfiteatro do Complexo Recreativo Universitário Vadião, com a presença de servidores e estudantes da UFPA.
 O debate contou com a presença do professor doutor Aluisio Leal, economista, defensor da não divisão do Estado do Pará, e o deputado estadual José Maria, do Partido dos Trabalhadores (PT), defensor da divisão. O deputado José Salame, do Partido Popular Socialista (PPS), que também participaria do evento, comunicou à organização que não poderia estar presente.
 Projeto popular ou de poder? - Para o professor Aluisio Leal, este debate é importante, pois as discussões precisam ser intensificadas entre as camadas populares, e “na academia, há pessoas oriundas dos segmentos populares”.  Segundo ele, “os debates trazem à luz uma questão fundamental, como entender o porquê dessa proposta, o que motivou essa consulta popular”, avalia o economista.  Ele ressalta, também, que a discussão mais correta é entender “se o plebiscito é um projeto popular ou um projeto de poder, e não somente optar em votar no sim ou no não.”
 Para o Deputado Jose Maria, defensor do “sim”, o debate serve para informar aos participantes questões reais que motivaram a mobilização das três frentes concorrentes. “É importante que a sociedade paraense esteja ciente das reais questões que motivaram a existência desse Plebiscito, o que leva algumas pessoas a defenderem a criação dos Estados do Tapajós e do Carajás e, também, quem defende a permanência da totalidade do Estado”, comentou o deputado.
 Democracia - O professor do Programa de Pós- Graduação em Economia e membro da ADUFPA, Gilberto Marques, aponta que a ideia da Associação em promover este debate é colocar na mesa as duas posições e confrontá-las em um ambiente democrático, com tempos iguais e suficientes para que ambos possam expor seus pontos de vista.
No anfiteatro, muitos estavam curiosos para ouvir as posições dos debatedores. Um deles era o professor de Geografia, da rede pública de ensino, Expedito Carlos. “O debate é importante porque tenta mobilizar a sociedade sobre a discussão, e nada melhor que esta oportunidade para esclarecer os pontos principais sobre as duas visões”, afirmou Expedito. Ele ressalta a importância do professor na orientação dos alunos sobre o assunto. “O professor tem um peso muito importante para orientar os alunos e não influenciá-los na escolha do 'sim' ou 'não', mas deixá-los a par de todo o processo.”
 
Texto: Helder Ferreira – Assessoria  de Comunicação da UFPA
23.11.2011 19:0
 

 

terça-feira, 22 de novembro de 2011


 
Perfeita a análise do deputado Parsifal Pontes sobre artigo do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alex Fiúza de Mello, contrário à divisão do Pará. Parsifal desmontou argumento por argumento do ex-reitor da UFPA, mais um da elite de Belém que, sem dados concretos, tenta combater a divisão do Pará na base do enrolation. AQUI você pode ler o artigo do secretário Alex Fiúza.




Divirtam-se com o excelente texto do Parsifal:





"O ex-reitor da UFPA e atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiúza de Mello, deu o ar da sua pena na topografia plebiscitária: ele é contra a divisão e inaugura a sua tese voltando ao século XVIII, para lá encontrar Adam Smith e Rousseau.

Eles disseram a Fiúza que também são contra a divisão, pois, nas citadas obras de ambos ("A Riqueza das Nações" e "A Origem das Desigualdades entre os Homens", respectivamente), não existe qualquer ocorrência que possa concatenar extensão territorial com desenvolvimento.

A mediunidade não é um privilégio exclusivo do secretário. Eu estive nessa sessão espírita, e asseguro que não passa de esforço vestibular dar fundamentos territoriais às obras citadas, porque em nenhuma delas há a mais tênue correlação do elemento geográfico com as demais vertentes defendidas, até porque no Velho Mundo de antanho, território era preocupação de reis e não de filósofos.

Voltando ao presente, argumenta Fiúza de Mello que tanto países de grandes territórios quanto de pequenas dimensões são "gigantes da economia", como EUA, China e Canadá; e Japão, Suíça e Coreia, respectivamente.

Os exemplos não servem à fundamentação desejada. EUA, China e Canadá têm territórios próximos ao do Brasil, mas, o primeiro tem 50 estados e a China 34 subdivisões e três cidades estados. O Brasil apenas 27 e mais o Distrito Federal.

O Canadá é um caso à parte: por ser um dos países com maior vazio demográfico do mundo, possui 10 estados e três territórios. A grosso modo, somente este último acudiria à tese, mas, um estudo menos epidérmico da federação canadense descortinaria que o país, que já foi uma confederação, guardou tal autonomia geopolítica que seria crasso equívoco emprestar-lhe a concepção geográfica, para comparações com o Brasil.

Quanto ao exemplo dos "pequenos que são grandes", Fiúza de Mello não atentou para o tropeço cometido: o Japão, com território quase equivalente a ¼ do Pará, é dividido em 47 estados, com executivo, legislativo e judiciário autônomos. Convenhamos, isto é um exagero, mas é assim.

Quando vamos à Suíça constatamos que o secretário Fiúza só leu Smith e Rousseau para escrever o seu artigo. Cabem 30 "suíças" dentro do Pará, e a Suíça é dividida em 26 estados autônomos que, segundo a Constituição da Federação Helvética (o que nós chamamos de Suíça), são independentes e soberanos.

Quanto a Coreia, é preciso informar ao Doutor Mello que não existe a "Coreia". Na verdade há a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Aquela, uma ditadura militar com uma área 10 vezes menor que o Pará; mesmo assim é dividia em 13 estados; esta, uma democracia com área 11 vezes menor que o Pará, é dividida em 9 estados, seis cidades metropolitanas e um distrito federal, ou seja, 16 subdivisões.

Portanto, os exemplos usados pelo secretário, mais servem aos defensores da divisão, pois, ele mesmo afirma, e aí ele acerta, que são países com desenvolvimento admirável (exceto a Coreia do Norte, que é uma ditadura), quem sabe, porque são inteligentemente subdivididos.

Quando Fiúza de Mello se muda para o Brasil e tece a mesma lógica (há estados grandes e desenvolvidos e há estados pequenos subdesenvolvidos) mais um equívoco de avaliação é cometido, ao colocar São Paulo na conta dos grandes: São Paulo está entre os menores estados do Brasil e é o mais desenvolvido. Aliás, entre os 10 estados mais desenvolvidos do Brasil , o único com dimensão territorial considerável é Minas Gerais, mesmo assim a sua área é menos da metade da do Pará e lá, também, há "políticos mal intencionados, que não leram Smith ou Rousseau", que querem dividi-lo em três.

Quanto aos pequenos subdesenvolvidos, os exemplos citados, à exceção de Alagoas, são equivocados: o Pará está abaixo de todos os estados do Nordeste no item desenvolvimento (é o penúltimo do Brasil), o que demonstra que também são impertinentes os exemplos embarcados no artigo do ex-reitor.

Aí vem um parágrafo que o Doutor Fiúza de Mello se deveria ter poupado: assevera que o atraso do Pará se dá devido "a baixa qualidade da educação". Concordo que é um dos elementos da equação, mas, como ex-reitor da UFPA, deve saber ele o quanto é complicado prover educação no Pará, e, quero crer, ele não fez melhor na expansão do ensino superior no Estado (e como eu ouço reclamações da ausência da UFPA no interior), pela completa falta de estrutura para provê-lo em um território tão continental.

Adiante, o secretário passeia pelas mesmas argumentações já dedilhadas pelos unionistas, não deixando de repetir os bordões de efeitos midiáticos, como "dividir o Pará é dividir a miséria" e demais pérolas inconsequentes, como se fossemos uma horda de miseráveis querendo curtir, por masoquismo, sozinhos, as nossas misérias.

A certa altura, o Doutor Alex faz as vezes de cartomante, ao prever o futuro: "o Estado tende a se tornar, nos próximos anos, um dos principais polos dos investimentos nacionais e internacionais" e preconiza que o nosso PIB vai crescer "acima da média brasileira" (eu ouço isso desde o século passado). A discussão, aí, vira uma gincana de ponta-cabeça, pois, os divisionistas, prometem a mesma coisa se dividir: deu empate.

Ao final do artigo o secretário faz o rabo torcer a porca, ao desembarcar com a pisada tese diversionista de que a culpa é dos políticos (está vendo, meu caro governador, sobrou para V. Excelência: o secretário esqueceu de observar que a culpa é dos políticos que querem a divisão, que são os mal - ou maus - intencionados e etc...). Alega que se os paraenses forem capazes de eleger melhores políticos terão melhores políticas. Portanto, nós paraenses, de todos os quadrantes, na próxima eleição nos deveremos aconselhar com o Doutor Alex sobre em quem deveremos votar: ele será o nosso caudilho acadêmico-eleitoral.

Meu caro Alex, por favor, menos. Você já esteve, e agora está, em um cargo político e, com certeza, vivencia as dificuldades de não se ver capaz de realizar aquilo que a sua inteligência poderia providenciar, e não é que você não seja um bom quadro: é somente a sua ideia que não corresponde ao fato que você edifica (o início da sentença é com o Cazuza).

Meu caro governador, desculpe-me mais uma vez lhe incomodar, mas, seria de bom proveito, devido às circunstâncias, que V. Excelência pedisse aos seus auxiliares que deixem só o Orly no embate: o danado, sozinho, sem o Smith e sem o Rousseau, somente com uma cuia de tacacá e uma partícula diminutiva, está dando conta do recado.

Meu caro Orly, tu ficas me devendo esta."

domingo, 20 de novembro de 2011

TIRE AS SUAS PROPRIAS CONCLUSÃOES

Diante do que foi aqui espraiado acerca da problemática da corrupção , sob o ponto de vista epistemológico, o que podemos perceber é a predominância de um conflito teórico entre as mais variadas ciências humanas – sociologia, psicologia, filosofia, história etc. Todavia, é interessante notar nesse conflito as concordâncias e antagonismos que ele comporta e que estão relacionados a conceitos chaves – liberdade, ação humana, ação social, racionalização, felicidade, responsabilidade, verdade, mentira, vícios etc. – que foram defendidos de maneira diferenciada pelos grandes pensadores do passado.
Assim sendo, enquanto que, para a filosofia, corrupção seria uma modificação na ordem natural das coisas, uma espécie de desvio de conteúdo (Aristóteles), um agir disvirtuoso (Maquiavel), um se deixar levar por prazeres, desejos e paixões – supérfluos – que não são seus por encontrar-se sua alma vazia de ciência, de ocupações nobres e de princípios verdadeiros (Sócrates), um agir contrário à lei moral que visa o estabelecimento de um acordo entre os desejos do homem e a ordem da natureza cuja finalidade é se atingir o Soberano Bem (Emmanuel Kant), uma espécie de degeneração da razão que, movida pelas paixões, põe de lado a moral e a virtude para lançar-se numa busca frenética pelo poder (Rousseau), para a psicologia, ela seria um desvio de personalidade que ocorre quando o Ego não consegue experimentar o prazer solicitado pelos instintos naturais sem ir ao extremo de violar os princípios válidos de sua consciência moral; seria um agir inconsciente.
Já na órbita da Igreja, a corrupção vem a ser o resultado da liberdade excessiva do homem e da sua falta de preparo para lidar com ela.
Numa linguagem mais moderna, a corrupção é definida como sendo um desvio de conduta (de comportamento) praticado por um indivíduo que, movido pelo desejo de obter vantagens indevidas, utiliza-se de expedientes que contrariam a qualquer tipo de normalização (ética, jurídica, consuetudinária) para atingir seu objetivo.
Vimos também, que pra a política o que importa são os resultados e que o agir virtuoso requer vício e força (Maquiavel); que a mentira é um remédio para o bem-estar comunal e um direito – circunstancial e inalienável – dos governantes (Platão), bem como
uma tentação que não conflita com a razão, pois as coisas poderiam ser conforme o mentiroso as conta (Hannah Arendt); que a ação requer imaginação, criatividade (Arendt); e que, para a história, a corrupção é uma mazela, uma praga que permeia a sociedade brasileira desde os tempos da Colônia – isso sem se falar da conceitualização etimológica.
Quando procuramos encontrar o que motivava a ação corrupta, novamente nos deparamos com uma pluralidade de respostas.
Para a sociologia weberiana, a causa da corrupção está relacionada com a ação racional com relação a fins. A racionalização era de suma importância para Weber. Ele não concebia o mundo sem ela. Para ele, “a racionalização é obra contingente de certo tipo de homens que a podem eventualmente transmitir ao resto da Humanidade. Mas nada tem a ver com o destino inelutável do desenvolvimento do mundo.”1 Ela é, ainda, segundo ele, uma forma de desencantamento do mundo – junto com a intelectualização, Weber dizia que a racionalização despoja o mundo de um encanto que se procura substituir pela ênfase no militantismo (talvez repouse aí a centelha da sedição e da revolução); e é à racionalidade das condutas (econômicas ou políticas, sociais e legais) que o capitalismo social moderno deve toda a sua singularidade.
Para Freud, essa causalidade está no fato do homem não conseguir manter em perfeito equilíbrio as forças instintivas do Id e do Supergo, sendo levado, então, a agir de maneira delinqüente e contrária aos princípios válidos de sua consciência moral. Observa, ainda, que essa transgressão do comportamento humano ocorre de maneira inconsciente, porque, segundo ele, o homem é fundamentalmente irracional e essencialmente instintivo, sendo seu comportamento determinado por fatores (ou variações) que escapam à sua consciência, como, por exemplo, o meio. E, para a psicologia, o meio é uma das varáveis que influenciam a estruturação e a dinâmica da personalidade.
Para Sócrates, o que move a ação corrupta é a excessiva liberdade, tolerância e
generosidade do homem democrata. Aristóteles também compartilhava, em parte, desse
mesmo pensamento quando dizia ser “a excessiva liberdade ou licença de fazer impunemente o que se quer” as causas que levam às sedições e às revoluções, conseqüências oriundas do agir corrupto. No entanto, atribui, também, tal causalidade àquilo que chamou de “outros tipo de injustiça”, esta proveniente da partilha do poder entre pobres e ricos.
Maquiavel, ao contrário de Sócrates, não vê na liberdade a causa precípua da corrupção na sociedade. Para ele, o problema está na natureza humana que considerava vil, mesquinha, ambiciosa e covarde.
Também Kant era contrário aos postulados que apresentava a liberdade como a grande
causadora dos males da sociedade e colocava o homem como um ser despreparado para lidar com ela. Debatia-os, afirmando ser esses pressupostos a base do discurso de todo e qualquer déspota para justificar a sua dominação. Primando pelo comportamento ético-religioso do homem, embora sem abrir mão da razão, que, para ele, é a fonte das proposições universais e necessárias (ou seja, ela produz por si mesma o conhecimento – os que são a priori), Kant chama-nos a atenção para a sujeição do homem a um padrão de moralidade; e a moral está afeta às ações humanas. Estas, por sua vez, estão ligadas as nossas vontades que, acrescidas de virtudes, nos conduzem ao Soberano Bem, ou seja, à felicidade – e esta depende estritamente de nossa conduta moral. Assim, para Kant, o que causa a ação corrupta são as inclinações sensíveis da vontade humana que atuam contrariando as normas morais.
Por fim, para Rousseau, o problema assentava-se no progresso das ciências – que ele nos apresenta como sendo um saber descompromissado com o conhecimento de fato – e das artes, visto por ele como o corruptor dos costumes e dos homens, porque à medida que o mundo evolui, que o “novo” entra em cena desperta no homem o desejo (a cobiça), este, por sua vez, precisa ser satisfeito, porém, em muitas das vezes, o agir em conformidade com as normas morais não significa sua plena realização, daí as transgressões às regras preestabelecidas. Isso ocorre, segundo ele, quando da relação social: é a partir dái que começam a surgir as idéias de mérito e de beleza e, por conseguinte, os sentimentos de preferência, início das desigualdades. E conclui que não só no progresso das ciências e das artes, mas também no surgimento da propriedade privada dos bens – que, para ele, não deixa de ser um dos resultados desse progresso – encontram-se as causalidades da corrupção na sociedade civil.
Mas o que se torna relevante dentro da forma aqui adotada de apresentação da problemática da corrupção – e de seu posterior combate – no contexto da sociedade brasileira, é a necessidade de se saber “reconhecer os acontecimentos da história, seus abalos, suas surpresas, as vacilantes vitórias, as derrotas mal digeridas, que dão conta dos ativismos e das hereditariedades (...) [porque] a história, com suas intensidades, seus desfalecimentos, seus furores secretos, suas grandes agitações febris como suas síncopes, é o próprio corpo do devir.”
Assim, torna-se imperativo, como uma das formas de combate à corrupção no Brasil, a
oportunidade do conhecimento – no sentido mesmo epistemológico do termo. Mas não se trata, aqui, do conhecimento mascarado, pela metade, já “pronto de fábrica” (ou melhor, de editora), e sim do conhecimento que tire o homem da menor idade cognitiva, que o faça dominara conceitos, que o retire do senso comum e o leve à compreensão intelectual de umaatividade racional, que o leve à práxis. Porque o homem, já dizia Feuerbach, é a fonte da capacidade infinita de conhecer. (Eis o primeiro e, talvez, o maior de todos os desafios a que os governantes compromissados com a coisa pública terão de enfrentar se quiserem realmente combater à corrupção em nossa sociedade, tornando-a, por assim dizer, mais justa).
Maquiavel, dentro do seu século (XVI), já havia proposto uma forma (torta) de se
combater a corrupção. Esta consistia na instituição de um governo forte cuja função seria regeneradora e “educadora”. Todavia, é significativo lembrar, que a sociedade brasileira já vivenciou um governo desse tipo e nem por isso a corrupção deixou de existir. Uma outra proposta de combate à corrupção seria a implementação de um órgão de auditoria pública totalmente independente, onde seus fiscais, todos investidos mediante concurso público, teriam plena liberdade de ação em quaisquer instituições públicas ligadas às três esferas de poder, aos Estados, Municípios e Distrito Federal, inclusive àquelas paraestatais, empresas de economia mista e fundações públicas. (Eis mais um desafio, pois tal empreitada irá mexer com interesses diversos).
Outros recursos, ainda, seriam: a admissão para cargos de chefia destinada somente a funcionários da carreira e mediante merecimento, apreciação de ficha funcional e comprovação de conduta ilibada; maior agilidade dos processos e facilidade de acesso às provas; cooperação internacional e intercâmbio de idéias – isso valendo também entre a União, os Estados e os Municípios; atualização da legislação (por exemplo, o Código Penal); implementação de um contrapoder (a exemplo daquele proposto por Konder Comparato) onde o povo atue como fiscal e pessoa capaz de ingressar com ação civil pública contra os casos de corrupção e outros que vá de encontro aos interesses da coletividade – para tanto, faz-se mister o máximo de transparência na gestão da res pública; enfim, mais rigor no trato da coisa pública. (Novos desafios que, uma vez postos em prática, encontrará muitos opositores).
Não sabemos se tais proposições surtirão efeitos satisfatórios, as perspectivas são grandes. Contudo, é importante salientarmos que tão importante quanto o combate à corrupção no Brasil é fazer despertar na nossa gente o sentido de cidadania, a consciência histórica e o pensamento crítico; é fazer despertar a práxis. Foi esse o objetivo segundo deste trabalho. Agora, só nos resta esperara e colher os frutos.
Fonte:
MENÇÃO HONROSA - DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Tema: O Combate à Corrupção no Brasil: Desafios e Perspectivas
AUTORA: Christiane Nogueira Travesedo Cardoso
Tabatinga - AM
Brasileira: Uma Sociedade Sob o Estigma da Corrupção
I Concurso de Monografias e Redações
Controladoria Geral da União 2005




QUAL É O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA CORRUPÇÃO

Para Maquiavel, a veracidade foge à égide da virtude política, sendo relevante a coragem e a habilidade do príncipe; ou seja, “a força do leão e a astúcia da raposa.”17 Ele não enxergava o poder como algo restrito somente ao uso da força, mas também à sabedoria de empregá-la, à sua utilização virtuosa: “o poder se funda na força mas é necessário ‘virtù’ para se manter no poder.”18 Ao príncipe virtuoso, então, cabe o dever de saber agir conforme as circunstâncias e aparentar ter as qualidades que seus governados estimam – dessa forma, vícios podem se tornar virtudes. Assim, vício e força são as exigências para o agir virtuoso, pois eles provém tanto da ação racional do homem quanto da ação instintiva do animal. Em outros termos, é uma agir concomitante entre a força do leão (que aterroriza os lobos) e a astúcia da raposa (que procura conhecer os lobos) e cujo fator precípuo é o bem comum e a manutenção do Estado que, além da política, era uma das maiores preocupações de Maquiavel.
Quanto a Hannah Arendt, ela afirma que mentira não é um expediente acidental mas uma tentação que não conflita com a razão, pois as coisas poderiam ser conforme o mentiroso as conta. Para ela, a verdade factual é a verdade política, e seu antagônico seria a mentira.
Defende, ainda, que a ação requer imaginação; e que esta, por sua vez, estimula o senso crítico e faz com que os fatos se tornem passíveis de transformações. Assim, para Arendt, o político não mente e sim omite determinados assuntos como forma de proteger a verdade factual.
Análise feita, resta-nos, por fim, abordar o conceito de corrupção dentro do contexto histórico brasileiro.
No que diz respeito à história, numa breve retrospectiva, “ressalta-se [nos tempos da Colônia] que muitas vezes o Rei procurou se utilizar dos Tribunaisde Inquisição, que alcançara o seu apogeu àquela época, para punir os acusados de traição a Corte; entretanto sabemos que o Santo Ofício não fora conhecido pelos seus métodos ilibados, razão pela qual eram freqüentes as falsas acusações com o objetivo vil de confiscar os bens do acusado e de sua família que nada podia fazer senão deixar-se expropriar pela Igreja e pelo Estado.”
Com o advento da Independência, era chegada a vez em que nobres e ministros usariam desse tipo de perfídia (a corrupção) para atingirem seus anseios e saciarem sua sede de poder.
Veio a República e com ela o coronelismo, esse germe do Império que, aqui, tomava vulto e estreitava, paulatinamente, o círculo vicioso do chamado tráfico de influências. Foi durante esse período, que o funcionalismo público (moeda de troca para os políticos) cresceu, corroborando de maneira decisiva para o aumento da corrupção uma vez que o processo seletivo para a escolha dos funcionários se dava, via de regra, por meio do patronato e do clientelismo. E via-se, ainda, o uso costumeiro, por parte do governo, de matérias jornalísticas encomendadas que tratavam da manutenção de sua boa imagem.
Após a Segunda Guerra, com o fantasma do comunismo assombrando grande parte da sociedade brasileira – em especial àquelas do Sul e do Sudeste –, grupos de direita, associados a militares cujo governo João Goulart lhes havia causado um enorme infortúnio, articulam e executam o Golpe (Civil) Militar de 1964, tendo por co-adjuvante os Estados Unidos – através de seus agentes –, como narrou Darcy Ribeiro (chefe de gabinete do governo Goulart): “a sedição é articulada tecnicamente em Washington, com o vasto assessoramento científico, como a primeira operação complexa de desestabilização de governos sul-americanos.”
Há quem diga que tal sedição fora “contra o PTB, sua prática política e suas lideranças. O partido surgiu aos olhos dos militares como um inimigo a ser combatido. A ruptura constitucional foi uma reação aos compromissos dos trabalhistas com as esquerdas no clima da Guerra Fria, as alianças que tentaram com os setores militares, as propostas de fazer dos trabalhadores o sustentáculo privilegiado do poder e a estratégia de atuar pela via da participação direta. Além disso, o PTB era o partido que estava no poder.”
E a questão democrática, dentro desse contexto, “não estava na agenda da direita e da esquerda (...) [ambas] ‘subscreviam a noção de governo democrático apenas no que servisse às suas conveniências. [Nenhuma delas] aceitava a incerteza inerente às regras democráticas.”’
Durante o governo militar, com o crescimento do funcionalismo público devido a criação de empresas estatais e do implemento de novos projetos, tornou-se comum o uso do “bakshish” 25 – modo de agir de alguns homens públicos em que se procurava criar dificuldades para se vender facilidades –, o que acabou levando a
Administração Pública a um descrédito cada vez maior.
Com a abertura democrática da década de oitenta, a promessa de moralização do país feita por Tancredo Neves não passou de uma falácia. O governo de José Sarney, seu vicepresidente e sucessor, foi marcado pela proliferação das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).
Do governo de Collor de Melo (o eterno caçador de marajás) em diante, muito outros escândalos de corrupção vieram a público: desfalque da Previdência; desvio de verbas para o combate à seca (Inocêncio de Oliveira – PFL/PE); desvio de verbas de obras públicas (Romero Jucá – PSDB/RR e atual ministro da Previdência – e Valdemar André Johansson – diretor administrativo e financeiro da ELETRONORTE –, Luís Estevão de Oliveira Neto – PMDB/DF – e o juiz Nicolau dos Santos Netos, Paulo Salim Maluf – PPB/SP – e Celso Pitta – ex-prefeito de São Paulo); escândalo dos precatórios (Wagner Baptista Ramos – ex-coordenador da dívida pública municipal e testa de ferro do banco Vetor –, Paulo Afonso Vieira – ex-governador de Santa Catarina – , Divaldo Suruagy – ex-governadora de Alagoas –, Miguel Arras – ícone da esquerda e ex-governador de Pernambuco); proposta de oficialização do nepotismo com “cotas” para contratação de parentes (Michel Temer – PMDB/SP); proposta de aumento do teto salarial, cabendo a cada um dos três poderes fixar seu próprio piso (Severino Cavalcante – corregedor da Câmara dos Deputados, na época – 1999 –, e seu atual presidente); compra de votos na reeleição de 1997 (Luís Eduardo Magalhães – ex-presidente da Câmara e já falecido –, Pauderney Avelino – deputado amazonense –, Sérgio Motta – ex-ministro das comunicações e, também, já falecido –, Amazonino Mendes – ex-governador e ex prefeito do Amazonas –, Orleir Carneli – exgovernador do Acre –, Ronivon Santiago e João Maria – deputados do Acre que receberam propina de R$ 200 mil); etc. Outros tantos casos de corrupção também vieram à tona nesse período, desmascarando a formação de verdadeiras quadrilhas que contavam com elementos infiltrados nos mais variados setores do Estado e que dispunham de um verdadeiro arsenal tecnológico para atingirem o objetivo maior de se lucupletarem às custas do patrimônio público.
Nos dias de hoje, ainda nos deparamos com os “fantasmas” do passado e do presente, com os desvios de verbas, com os enriquecimentos ilícitos, com as evasões de divisas e lavagem de dinheiro e com tantas outras formas de perfídia, de pilhagem e de engodo. Mas até quando iremos continuar assistindo (inertes) a tudo isso? Até quando permaneceremos alheios, como se alijados fôssemos de historicidade e da história?
Uma boa definição de corrupção, sob o ponto de vista da história, seria um mosaico harmonioso de tudo aquilo que já foi colocado anteriormente pela etimologia, pela filosofia e pela política. Assim, entender-se-ia por corrupção aquele expediente escuso utilizado por indivíduos das mais variadas classes sociais, etnias ou castas que, conhecendo e assenhorando-se de normas jurídicas e teorias diversas, procuram auferir lucros (vantagens) e atingir objetivos (resultados) por meio de ações consideradas lícitas, mas que não passam de viciosas, pois encontram-se pautadas numa leitura disvirtuada de tais normas e no uso de artifícios (a mentira, por exemplo) que procuram a todo custo legitimá-las (adequação dos meios aos fins) e que vão de encontro a um dos argumentos defendidos pela ética (o dos princípios preestabelecidos), transformando, dessa forma, a ordem natural das coisas, a relação sociedade-Estado, o conceito de verdade e de mentira e o significado do que conhecemos por certo e justo em nome da defesa da verdade factual.
Podemos observar, diante do que foi por hora exposto, o quanto complexo é o tema que trata da corrupção, bem como a constituição de uma frente de combate a tal vício da sociedade brasileira. Nota-se, ainda, que seus agentes estão em todos os lugares e ocupam as mais variadas posições dentro dessa sociedade. Daí a necessidade de recorrermos à filosofia, à política, à ética, à história e, quiçá, à psicologia para melhor obtermos uma compreensão dos mecanismos que levam esses homens a se desvirtuarem – a ponto de transformarem a ordem natural das coisas – e preterirem princípios balizados na tradição e nos costumes por resultados fundamentados por uma ética de responsabilidades. E o que o torna paradoxal é justamente o fato de ser, como veremos mais adiante, a liberdade o grande facilitador para tal malogro social; essa mesma liberdade que é tão estimada pela democracia e que, se de um lado, procura correlacionar o direito à informação à liberdade de opinião e expressão, estimulando a igualitária participação da cidadania na esfera pública, de outro, contrapõe esse mesmo direito, inerente aos governados, ao direito de mentir dos governantes, fomentando, dessa forma, a desconfiança na veracidade dos fatos que, por sua vez, estreme os alicerces do poder e leva as sedições – a confiança na veracidade é o elemento fundamental e fundante da relação entre pessoas, pois é através dela que o poder se instaura, a partir do agir em conjunto.
NOTAS
1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa . 2ª. ed. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1986, p.
2. ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 214.
3. ARISTÓTELES. “Exame das Duas Repúblicas de Platão”, In. Tratado da Política. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 267.
4. PLATÃO. “Livro Oitava”, In A República. Bauru (São Paulo): edipro, 2000, p. 306.
5. Idem, p. 308.
6. Ibdem, p. 308.
7. ARISTÓTELES. op. cit, p. 267.
8. Idem, p. 268.
9. Ibdem, p. 269.
10. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. op. cit, p. 819.
11. “Para que exista o poder coercivo do Direito em uma dada sociedade é necessário que um número mínimo de pessoas o aceite voluntariamente. Isto não significa que só existirão estes, na verdade no sistema existirão sempre aqueles que obedecerão às normas por uma questão de consciência e aqueles que as obedecerão pelo receio da sanção; e o sistema será tanto mais justo quanto maior for o número dos primeiros. A estabilidade jurídica dependerá em parte de certa correspondência com a moral, apesar de nem sempre esta estar presente”. (TEIXEIRA, Alessandra Moraes. “A corrupção como elemento violador dos direitos humanos no cenário internacional”. In. Âmbito Jurídico, 2001 – Apud. HART, Hebert L.A. In. O Conceito do Direito. Oxford: Claredon Press, 1961, p. 220).
12. TEIXEIRA, Alessandra Moraes. “A corrupção como elemento violador dos direitos humanos no cenário internacional”. In. Âmbito Jurídico, 2001 [Internet]. www.ambitojuridico.com.br/aj/di0004 acesso, abr/2005.
13. LAFER, Celso. “A Mentira – um capítulo das relações entre a ética e a política”, In. Ética Org. Adauto Novaes. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 229.
14. Idem, p. 230.
15. Ibdem, p. 230.
16. Ibdem, p. 231.
17. MACHIAVELLI, Niccolò Di Bernardo Dei, 1469-1527. O Príncipe. Tradução de Roberto Grassi. 10ª.n ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985, cap. XVIII.
18. WEFFORT, F. (Org.) “Nicolau Maquiavel: o Cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù, In. Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 1989, p. 23.
19. HABIB, Sérgio. Brasil: Quinhentos Anos de Corrupção. Porto Alegre: Safe, 1994, p.7.
20. Idem, p. 28.
21. “Era a corrupção das consciências, exercida, não à penumbra das alcovas, como os vícios pudendos, nos alcoies, pelos libertinos, mas à luz da publicidade, justamente com aliciação da publicidade e em prostituição da publicidade.” (BARBOSA, RUI – Apud. HARBIB, Sérgio. op. cit, p. 30).
22. In. Aos Trancos e Barrancos. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1985. Apud. HABIB, Sérgio. op. cit, p. 42.
23. FERREIRA, Jorge. “O Governo Goulart e o golpe civil-militar de 1964”. In. FERREIRA e DELGADO.
O Brasil Republicano. Vol. 3 – “O tempo da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003 Apud. D’ARAÚJO, Maria Celina. Sindicatos, carisma e poder: o PTB de 1945-65. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996, p. 140.
24. In. FERREIRA, Jorge. op. cit, 400 (Apud. FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. Democracia ou reformas? Alternativas democráticas à crise política: 1961-1964. São Paulo: Paz e Terra, 1993, p.202).
25. LOBO, Haddock. História Econômica Geral do Brasil. São Paulo: Atlas, 1967, p. 371 (Apud. HABIB, Sérgio. op. cit, p. 44.
No tópico anterior, colocamos que a ética da responsabilidade conduz o político à ação, que para a política o que prevalece são os resultados e que o problema da ética de responsabilidade assentava-se na avaliação dos resultados de ações que vão contra os princípios não dirimíveis pelo tempo e pelos historiadores. Pois bem, ao fazermos uma pequena observação acerca dessas questões, podemos destacar a existência de duas relações distintas: a relação responsabilidade-ação; e a relação ação-resultado. Na primeira, distinguem-se duas interpretações: a do compromisso do político para com a sociedade que o elegeu e que nele deposita sua confiança e esperança; a do seu posicionamento diante de situações em que ocorram quebra de decoro. Já na segunda relação, nos deparamos com as conseqüências oriundas de uma boa ou má ação praticada por esse homem público, ou seja, se este homem, durante seu mandato, agir com honradez e em favor da coletividade – e é o que se espera dele –, cativará nesta apreço e confiança – e a confiança na veracidade, como já foi colocado, é o elemento fundamental e fundante da relação entre pessoas; agora, se ele agir em benefício próprio, em função do cargo que ocupa, e utilizar de subterfúgios, bem como da legislação existente (Constituição, Leis Específicas, Estatutos etc.) para encobrir seus feitos e esquivar-se da responsabilidade, este homem despertará em seus concidadãos desprezo, desconfiança, repúdio, quebrando-se o elo unificador Estado-povo.
Evidenciam-se nesses dois casos, aquilo que Max Weber tipificou como sendo uma ação racional com relação a fins e uma ação racional com relação a valores. A primeira, segundo ele, é “determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens, e utilizando essas expectativas como ‘condições’ ou ‘meios’ para alcançar fins próprios e racionalmente avaliados e perseguidos.” A segunda, por sua vez, é “determinada pela crença consciente no valor – ético, estético,religioso ou de qualquer outra forma como seja interpretado – próprio e absoluto de determinada conduta, sem relação alguma com o resultado, ou seja, puramente em consideração desse valor.”

Fonte
MENÇÃO HONROSA - DEFESA DA CONCORRÊNCIA


Tema: O Combate à Corrupção no Brasil: Desafios e Perspectivas

AUTORA: Christiane Nogueira Travesedo Cardoso

Tabatinga - AM

Brasileira: Uma Sociedade Sob o Estigma da Corrupção

I Concurso de Monografias e Redações

Controladoria Geral da União 2005





CORRUPÇÃO O CANCER DO SECULO

junho de 1965, que regula a ação popular, e do Decreto-Lei nº 201, de 27 de dezembro de 1967, que trata da responsabilidade dos prefeitos e vereadores. Ou da Lei nº 7.347, de 2 de julho de 1985,que trata da ação civil pública, da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, que aborda sobre os crimes contra o sistema financeiro nacional e da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, que discorre sobre os crimes contra a ordem tributária e econômica. Ou ainda, das Leis nº 8.429 (02/06/1992) e 9.613 (03/03/1998), que tratam dos casos de enriquecimento ilícito de agentes públicos e dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, respectivamente.

Sob a órbita da política, não podemos falar de corrupção e, principalmente, atribuir-lhe uma definição, sem antes analisarmos a questão da verdade e da mentira dentro daquilo que denominamos ética e política.

Em que se fundamenta a verdade e o que justifica a mentira? O que leva uma determinada pessoa a praticara uma boa ou má ação dentro do contexto ético-político? Os argumentos de natureza ética estão fundamentados ora em princípios preestabelecidos, ora em resultados. Naquele nos deparamos com a ética de deveres, que corresponde à ética da convicção, segundo Max Weber. Já neste prevalece a ética de fins a serem alcançados e que vem legitimar a ética de responsabilidade, que para Weber seria a ética da política. Dessa forma, para a política, a plena afirmação de uma ética de princípios (onde reina a verdade) equivaleria à sua total subjugação à moral; ao passo que, em contrário, prevalecesse a ética da responsabilidade (onde a mentira é vista como um mal necessário, circunstancial), isso importaria na autonomia da política face à moral, ou até mesmo na redução desta em relação à política.

O conceito de verdade no topos da ética da política é relativo – para toda regra há sempre uma exceção; já no topos da ética da convicção ele é absoluto. A ética da responsabilidade conduz o político á ação, pois é esta mesma ação, no contexto da res pública (da coisa pública), que a fundamenta. Mas essa ação não se dá de maneira desorientada, antes, porém, ela se pauta no Direito. Assim, o que determinará se essa ação é boa ou má será a adequação dos meios aos fins perseguidos15; ou seja, se o resultado da ação fora atingido de acordo com os parâmetros legais.

Devemos ter em mente que, para a política, o que prevalece são os resultados. O problema da ética de responsabilidade assenta-se exatamente na determinação dos resultados; ou melhor, na avaliação dos resultados de ações que vão contra os princípios não dirimíveis pelo tempo e pelos historiadores, como, por exemplo, a dicotomia entre a verdade (absoluta) e a mentira (lícita) na defesa da verdade factual. Isso termina pondo em xeque a coincidência entre o real e o racional afirmada por Hegel: para Hegel

“a política é superior à moral, pois a moral é subjetiva e se realiza objetivamente na eticidade do Estado, surge como irreal, uma vez que o ‘ser’ da lógica dos fatos nada parece ter haver com o ‘dever ser’ da razão ética. Daí a percepção da descontinuidade que gera, no presente, perplexidades em relação ao passado, e dúvidas em relação ao futuro. Entre estas perplexidades e dúvidas estão as que dizem respeito aos temas recorrentes da relação entre a moral e a política, e que são as de coerção provocada pelo emprego da mentira ou da violência.”

Para concluirmos, abordaremos alguns dos argumentos que procuram justificara prática da mentira dentro da esfera da política: em primeiro, a teoria platônica da mentira; em segundo, o posicionamento maquiavélico; e por último, a colocação de Hannah Arendt sobre a verdade factual.

Na teoria platônica, a mentira aparece na vida da polis como um remédio para o bem estar comunal; remédio este, que deverá ser administrado pelos governantes. Dessa forma, aos governantes é atribuído o direito da mentira (circunstancial e inalienável); e aos governados o dever da veracidade (incondicional). Este topos esteve presente nas metáforas da arte política que permearam o mundo desde a Antiguidade Clássica até a Revolução Francesa – e ainda hoje ainda os vemos em uso
.Fonte da matéria:MENÇÃO HONROSA - DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Tema: O Combate à Corrupção no Brasil: Desafios e Perspectivas
AUTORA: Christiane Nogueira Travesedo Cardoso
Tabatinga - AM
Brasileira: Uma Sociedade Sob o Estigma da Corrupção
I Concurso de Monografias e Redações
Controladoria Geral da União 2005


O QUAL O CONCEITO DE SER UM CORRUPTO

Corrupção, corrupto e corruptores. Do ponto de vista etimológico, o que essas três palavras teriam de comum e de diferentes entre si? E da parte da filosofia e da política? Será que as definições atribuídas a elas convergem para um mesmo significado ou para significados distintos? Por fim, o que nos diz a história acerca de tais conceitos, principalmente no que se refere à sociedade brasileira?

Estas indagações aparecem aqui como o prenúncio de um tema deveras complexo e amplo; e também, por que não dizer, paradoxal: o combate à corrupção no Brasil. Partindo da etimologia, a palavra corrupção provém do latim – corruptione – e significa ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação. Ou devassidão, depravação, perversão. Ou ainda, suborno, peita. Corrupta figura como um adjetivo – que em latim se escreve corruptu – atribuído àquele que sofreu corrupção; ou àquilo que está podre, estragado, infectado. Cabe, ainda, como sinônimo de devasso; de depravado, de corruptível (em se tratando daquele que é capaz de se deixar subornar; venal, corrupto) e de errado, viciado (em se tratando de linguagem). E corruptor (do latim corruptore), dentro dessa análise, também é identificado como adjetivo pertinente àquele que corrompe que altera textos, que suborna, que peita.

No que tange à filosofia, o termo corrupção – a análise isolada de corruptor e corrupto já não se faz aqui mais relevante uma vez que já se identificou que o primeiro é o agente e o segundo o paciente da ação de corromper –, como bem coloca Aristóteles, significa “a mudança que vai de algo ao não-ser desse algo; é absoluta quando vai da substância ao nãoser da substância, específica quando vai para a especificação oposta.”2 Ou seja, Aristóteles vê a corrupção como uma modificação na ordem natural das coisas, como uma espécie de desvio de conteúdo.

Em A Política, onde Aristóteles faz um Exame das Duas Repúblicas de Platão, é colocado por Sócrates que “é da ordem da natureza que nada seja eterno e tudo mude após certo período de tempo.”3 De fato, o próprio Sócrates, em seu diálogo com Glauco acerca da origem da sedição, afirma que “difícil é, com certeza, que se altere a constituição de uma república como a vossa. Mas, como tudo que nasce está sujeito à corrupção, esse sistema de governo [a aristocracia], por excelente que seja não durará para sempre.”

Sócrates, que se faz pronunciar através de Platão, falava da transição da aristocracia para a timocracia. Esta, por sua vez, foi uma forma utilizada por Platão para designar a transição entre a constituição (a aristocracia) e as outras três formas mais tradicionais e corruptíveis: a oligarquia, a democracia e a tirania – na realidade histórica de seu tempo, a timocracia estava representada, em especial, pelo governo de Esparta, aquele que Platão admirava e o tomara como modelo para descrever a sua república ideal.

Definida como um governo ambicioso, a timocracia herdara, segundo Sócrates, um pouco da aristocracia e, também, da oligarquia:

“seus habitantes serão ávidos de riquezas, como nos Estados oligárquicos, grosseiros adoradores do ouro e prata, que esconderão em lugares sombrios, ocultos em cofres e tesouros privados”5; e “o que terá de próprio será o temor de elevar os sábios às primeiras dignidades.” (Os homens da sociedade timocrata serão todos marcados pelos vícios). Em sua crítica, Aristóteles concorda que “pode haver homens tão mal nascidos que sejam incapazes de qualquer instrução e de qualquer virtude”, porém, ele era contrário ao fato de que tais transformações “se davam à avareza e à ambição dos que estão investidos das magistraturas públicas. Antes acontecem [dizia ele] porque os que superam os demais em riqueza não gostam que os pobres tenham uma parte igual no governo. E conclui que “o que leva à sedições e à revoluções, mesmo entre aqueles que não consumiram suas riquezas, é a exclusão dos cargos públicos, são os outros tipos de injustiças, é a excessiva liberdade ou licença de fazer impunemente tudo o que se quer.”

Tal conclusão é relevante, pois, sob o olhar da Igreja Ocidental, o homem se corrompeu por não saber fazer bom uso da sua liberdade: quando “saído das mãos de Deus como criatura livre, ao usar a liberdade provocou a sua queda e, ao mesmo tempo, a ruína do mundo harmonioso criado por Deus.” Logo, sob esse prisma, a corrupção vem a ser o resultado da liberdade excessiva e da falta de preparo do homem em lidar com ela. Todavia, não podemos nos esquecer que Aristóteles fora um árduo defensor da propriedade dos bens e um grande desafeto de Platão: enquanto seu mestre se inclinava às construções sociais imaginárias, utópicas, Aristóteles procurava tratar das coisas reais, dos sistemas políticos existentes na sua época, procurando por classificá-los, por definí-los através de suas características mais proeminentes, por separá-los em puros ou pervertidos; enquanto Platão inspirava revolucinários e doutrinários da sociedade perfeita, Aristóteles era o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à ciência e ao realismo.

Numa linguagem mais moderna, corrupção seria um desvio de conduta (de comportamento) praticado por um indivíduo que, agindo de maneira a auferir qualquer espécie de lucro (vantagem), não hesitaria em lançar mão de expedientes escusos para atingir seus objetivos, ainda que estes fossem de encontro a tudo que a sociedade conhece por certo e justo. Nestes termos, cabe aqui uma digressão acerca do que seja considerado certo e justo para a sociedade.

Bem se sabe que em toda sociedade padrões de conduta (regras) são estabelecidos como forma de se evitar sedições e revoluções. Tais padrões, após serem transcritos, passam a ser conhecidos por normas jurídicas. Estas, por sua vez, devem corresponder às necessidades e anseios da maioria de forma que todos se sujeitem a elas e, através dessa sujeição, possam, enfim, serem validadas formalmente e legitimadas. Feito isto, tudo o que rezar tais normas passa a ser considerado como certo e justo pela sociedade, inclusive suas sanções; ficando estabelecido, assim, um conjunto de obrigações recíprocas (direitos e deveres) entre Estado e sociedade.

A corrupção se insere nesse contexto, “como a deturpação de um objeto, através de um comportamento que desrespeita àquela norma, motivado pelo desejo de se obter vantagem indevidas”

.Fonteda matéria:


  MENÇÃO HONROSA - DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Tema: O Combate à Corrupção no Brasil: Desafios e Perspectivas
AUTORA: Christiane Nogueira Travesedo Cardoso
Tabatinga - AM
Brasileira: Uma Sociedade Sob o Estigma da Corrupção
I Concurso de Monografias e Redações
Controladoria Geral da União 2005







Aveia ajuda a reduzir o açúcar no sangue e eliminar colesterol ruim

Nosso organismo não possui enzimas para digerir fibras. A aveia ajuda a absorver o çúcar do sangue e o mau colesterol.
Absorver o açúcar do sangue e o mau colesterol.

Flocos, farelo, farinha. Tudo é aveia, mas com algumas diferenças. “O que muda é o processamento. Como o flocos é integral, ele fica com mais nutrientes, porém o farelo, que é da camada externa, tem uma maior quantidade de fibras. A farinha possui uma menor quantidade, mas também é muito benéfica”, explica a nutricionista Carolinne Reinaldo.
O nosso organismo não possui enzimas para digerir as fibras. Quando saem do estômago, elas formam um bolo, funcionando como uma espécie de esponja que ajuda no bom funcionamento do intestino e, no caso da aveia principalmente, ajuda a absorver o açúcar do sangue e o mau colesterol.
Isso tudo graças a um tipo de fibra chamada de beta glucana, encontrada principalmente no farelo da aveia. “A beta glucana tem um efeito benéfico no nosso organismo, diminuindo o colesterol, pressão arterial e glicose, ajudando quem tem diabetes”, completa a nutricionista.
O farelo, assim como a aveia em flocos, pode ser consumido junto com outros alimentos. “Colocar junto com as frutas fica uma opção saudável e muito saborosa. Pode botar também no iogurte, no suco de frutas, batendo com alguma vitamina”.
Contudo, é preciso ter cuidado com a quantidade. Duas colheres de sopa de aveia, a quantidade recomendada, têm 160 calorias. “Isso pode ser diluído: uma colher no café da manhã, outra no jantar ou no lanche. Não precisa ser numa refeição só”, orienta Carolinne.
A farinha de aveia é mais usada na preparação de bolos e pães. O resultado pode até ser calórico, mas a aveia aumenta a saciedade. “Você comendo um pão desse pode se sentir saciado. Se não tivesse aveia ia querer dois [pães]”.
Quem come alimentos ricos em fibras deve beber bastante líquido. Do contrário, pode sentir um mal estar. Segundo Carolinne, a falta de líquido pode causar ressecamento, formação de gases, um desconforto gástrico. “O ideal é consumir diariamente dois litros de água. Se a aveia faz parte da sua dieta diária tem que passar para 2,5 ou três litros de água”, diz ela.
Pensando nos benefícios, a consultora de vendas Ana Karina Nobre come aveia diariamente. “Sempre incluo nas refeições, nos shakes, nas saladas. Eu adoro”.

 Fonte Aline Oliveira