quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

No bolso dos corruptores: investigadores não têm dúvidas que o apartamento no Guarujá pertence a Lula e sua mulher, Marisa Letícia
No bolso dos corruptores: investigadores não têm dúvidas que o apartamento no Guarujá pertence a Lula e sua mulher, Marisa Letícia(Paulo Whitaker/Reuters)

Um truque recorrente na carreira política do ex­-presidente Lula é reescrever a história de modo a exaltar feitos pessoais e varrer pecados para debaixo do tapete. Mas os fatos são teimosos. Quando se pensa que estão enterrados para sempre, eles voltam a andar sobre a terra como zumbis de filmes de terror. O mensalão, no plano mestre de Lula, deixaria de existir se fosse negado três vezes todas as noites antes de o galo cantar. O petrolão, monumental esquema de roubalheira na Petrobras idealizado, organizado e consumado em seu governo - e, segundo testemunhas, com reuniões no próprio gabinete presidencial -, entraria para a história como mais um ardil dos setores conservadores da sociedade para impedir o avanço dos defensores dos pobres. Nem o mais cego dos militantes do PT ainda acredita nessas patacoadas que afrontam os fatos. Sim, os fatos, sempre eles. O tríplex de Lula no Guarujá é outro desses fatos que o ex-presidente esperava ver se dissipar no meio do redemoinho. Mas o tríplex está lá com seu elevador privativo e linda vista para o Atlântico, e vai continuar. De nada adiantou a pregação de Lula, na semana passada, para seu coro de blogueiros chapa-­branca muito bem remunerados com o dinheiro escasso e suado do pobre povo brasileiro: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Pode ter igual, mas eu duvido". Pode até ser que a alma não veja o que o corpo faz e se entretenha no engano, mas a opinião pública há muito tempo não se ilude mais com essas mandingas auto laudatórias de Lula.
 Pelo tríplex que queria manter clandestino, Lula será denunciado pelo Ministério Público por ocultação de propriedade, uma das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro. A denúncia contra o ex-presidente decorre da investigação de fraudes em negócios realizados pela Bancoop, cooperativa habitacional de bancários que deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto viam, inermes, petistas estrelados receber seus apartamentos. Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo do peito condenado a dezesseis anos de prisão no petrolão, a empreiteira assumiu a construção de vários prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, aquele mesmo que, até ser preso pela Operação Lava-Jato, comandou a própria Bancoop e a tesouraria do PT. A OAS assumiu também a reforma do tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do Guarujá, pertencente ao ex-presidente Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.
A OAS desempenhou ainda o papel de "laranja" de Lula, passando-se por dona do tríplex. A manobra foi cuidadosamente apurada pelos promotores do Ministério Público de São Paulo, que trabalham a apenas quinze minutos de carro da sede do Instituto Lula. Durante seis meses, eles se dedicaram a esquadrinhar a relação entre a OAS e o patrimônio imobiliário dos chefes petistas. Concluíram que o tríplex no Guarujá é a evidência material mais visível da rentável parceria de Lula com os empresários corruptores que hoje respondem por seus crimes diante do juiz Sergio Moro, que preside a Operação Lava-Jato. Os promotores ouviram testemunhas e obtiveram recibos e contratos que colocam o ex-presidente na posição de ter de explicar na Justiça as razões pelas quais tentou de todas as maneiras negar ser o dono do tríplex. Para os promotores, as negaças de Lula configuram o crime de lavagem de dinheiro.

Prédio de Jaques Wagner em Salvador tem teleférico e píer particular A compra foi efetivada em março de 2011, cinco meses após a reeleição como governador da Bahia, apartamento no mesmo local foi vendido recentemente por R$ 3,5 milhões


Jaques Wagner (Defesa)
O hoje ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, elevou bastante seu padrão de vida desde que se tornou governador da Bahia(Raul Spinassé/Folhapress)
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, aumentou seu padrão de vida nos últimos anos, período em que ocupou o governo da Bahia. Wagner hoje é dono um apartamento no bairro mais luxuoso de Salvador. O prédio do petista conta até com teleférico e píer particular.
O imóvel fica no bairro Vitória, mais precisamente na região conhecida como Corredor da Vitória, um dos metros quadrados mais caros do país, comparado ao de áreas nobres da zona sul do Rio. No bairro, vive praticamente toda a elite política e empresarial da capital baiana, além de artistas famosos.
Segundo registro em cartório, o apartamento custou 1,45 milhão de reais. A compra foi efetivada em março de 2011, cinco meses após a reeleição de Wagner como governador. Até o fim de 2014, porém, ele continuou morando no Palácio de Ondina, residência oficial do governador. Mudou-se para o novo endereço no ano passado.
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Com a autorização de um morador, o jornal O Estado de S. Paulo conheceu as áreas comuns do condomínio. Além de píer e teleférico que dá acesso à praia, o prédio dispõe de academia, piscina, sala de cinema e quadra poliesportiva. O imóvel tem a melhor vista da cidade para a Baía de Todos os Santos.
Imóvel - Por meio dos dados registrados em cartório, a reportagem obteve detalhes sobre o apartamento de Wagner. O imóvel tem área privativa de 252,08 metros quadrados. Conta com sala de jantar, quatro quartos com suíte, lavabo, área de serviço de dois quartos de empregada.
Há cerca de seis meses, o corretor Raimundo Epifânio da Silva, especialista em imóveis no Corretor da Vitória, vendeu um apartamento igual ao de Wagner. Ele conta que o negócio foi fechado em 3,5 milhões de reais. "Depende do estado do apartamento. Se estiver arrumado, reformado, vale mais", disse Epifânio.
Antes de ser eleito pela primeira vez, Wagner morava no bairro Federação, num apartamento que ele declarou ter comprado por 150 mil reais, em 2001. O ministro vendeu o imóvel a Antonio Celso Pereira, que é ligado politicamente a Wagner. Ele foi superintendente no governo da Bahia e diretor na Companhia de Docas do Estado. Pereira pagou 900 mil reais pelo imóvel de Wagner.
Com formação de técnico de manutenção, Wagner atuou como dirigente sindical entre 1975 e 1990, quando se elegeu deputado federal. Por ter exercido dois mandatos, ele ganha uma aposentadoria de 10 mil reais. No fim de 2014, a Assembleia Legislativa da Bahia criou uma aposentadoria de 19 mil reais para ex-governadores, o que acabou beneficiando Wagner.
Por meio de sua assessoria, o ministro disse que a transação foi feita de acordo com valores de mercado e que o imóvel consta da declaração de imposto de renda dele.
(Com Estadão Conteúdo)

Tríplex de Lula no Guarujá é investigado na Lava Jato Segundo procurador Fernando Santos Lima, todos os apartamentos do edifício Solaris são alvos da nova fase da operação


































Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, onde o ex-presidente Lula tem um apartamento tríplex(Luiz Maximiano/VEJA)
 Prédio no Guarujá com o triplex do ex-presidente Lula
A nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Triplo X, vai fazer uma varredura em todos os apartamentos do condomínio Solaris, no Guarujá (SP), onde a enrolada empreiteira OAS, investigada por participar do petrolão, assumiu a construção dos imóveis após um calote da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. A cooperativa deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT, quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto petistas graúdos, como o ex-presidente Lula, receberam seus apartamentos. Embora oficialmente a fase esteja focada nas atividades criminosas do escritório de São Paulo da empresa Mossack Fonseca, que providenciava a abertura de offshores e tinha contas no exterior para esquemas de lavagem de dinheiro, a relação do próprio presidente Lula e de seus familiares com um tríplex reservado a eles pela construtora OAS também será investigada pela Polícia Federal e pelos procuradores da Lava Jato.
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Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Leo Pinheiro, a empreiteira assumiu a construção de prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, por exemplo. Conforme revelou VEJA nesta semana, no processo que tramita em São Paulo, Lula será denunciado por ocultação de propriedade. Aliás, o nome da operação Triplo X se refere aos tríplex investigados.
Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o apartamento pertencente ao ex-presidente Lula no condomínio será investigado. "Em relação ao conjunto Solaris, estamos investigando todas as operações desses apartamentos. Queremos verificar se há outros indicativos de lavagem de dinheiro nesse empreendimento. Os imóveis de todas as pessoas que estejam ou tiveram relação com esse investimento serão investigados", afirmou. Os indícios que desencadearam a Operação Triplo X são de ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e pagamento de corrupção por meio do empreendimento assumido pela OAS no condomínio Solaris.
Segundo a Polícia Federal, as investigações da Triplo X mostram que empresas offshores e contas no exterior eram usadas para ocultar o produto de crimes cometidos contra os cofres da Petrobras. A investida policial ocorre contra a empreiteira OAS, suspeita de ocultar o patrimônio em empreendimentos imobiliários para camuflar o pagamento de propina. Os executivos da OAS já foram condenados por Moro, incluindo o então presidente Léo Pinheiro, penalizado com 16 anos e quatro meses de prisão. Nesta fase, foram decretadas as prisões temporárias de Nelci Warken, Ademir Auada, Maria Mercedes Riano Quijano, Luis Fernando Hernandez Rivero e Ricardo Honorio Neto.
"O condomínio inteiro está sob investigação pela origem dele ter sido um empreendimento da Bancoop. Existe uma ação penal em andamento [contra a Bancoop] em São Paulo. Houve a transferência do empreendimento para a OAS, investigada com seus diretores já condenados na Lava Jato, e a presença de figuras apontadas como destinatárias de muitos dos recursos fruto de corrupção na Lava Jato, como o Vaccari", explicou o delegado Igor Romário de Paula. "Não necessariamente todos os imóveis do Solaris tenham irregularidade. Se houver irregularidade [no tríplex de Lula], ele provavelmente vai ser chamado a falar sobre isso", prosseguiu.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Prefeito de Goianésia do Pará João Gomes "Russo" assassinado com 5 tiros em velório




Prefeito João Gomes "Russo" de Goianésia do Pará assassinado em velório
 WELLINGTON HUGLES
De Goianésia do Pará
Foto: Wellington Hugles

O prefeito do município de Goianésia do Pará, localizado as margens da PA 150, sudeste do Pará, João Gomes conhecido popularmente como “Russo”, foi assassinado por volta das 20:30 h deste domingo (24), quando participava de um velório na cidade.

Segundo informações de populares, o prefeito “Russo” chegou ao velório para prestar seu voto de pesar a família enlutada, cumprimentando a todos, os dois homens não identificados já se encontravam no local, foi quando de repente chamaram pelo nome de "Russo" e de arma na mão dispararam cinco tiros na cabeça do prefeito João Gomes, o mesmo teve morte instantânea.

Após a execução sumária, os meliantes fugiram do local em uma motocicleta, a Polícia Militar e Civil iniciaram uma força tarefa, juntamente com a Polícia Rodoviária Estadual para tentar prender os assassinos, todas as estradas e vicinais foram fechadas, e reforços estão sendo enviados  a cidade para reforçar as buscas aos meliantes.

A população da cidade está temerosa, pela forma bárbara que o prefeito foi assassinado, boatos dão conta de que foi mais um crime premeditado através de pistoleiros.
João Gomes da Silva "Russo", natural da cidade de Barras, no estado do Piauí, completaria em junho, 63 anos, sendo seu primeiro mandato eletivo, não conseguindo finalizá-lo, sendo assassinado no último ano de seu mandato.

A Câmara de Vereadores de Goianésia do Pará deverá se reunir extraordinariamente na manhã desta segunda-feira (25) para dar posse imediata ao vice-prefeito Antônio Pego, conhecido como "Tonhão".

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ex-diretor da UTC revela detalhes sobre pagamentos a políticos Walmir Pinheiro firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria. Ele citou repasses a Julio Delgado e José Dirceu. Ambos contestam.




Em 26 depoimentos à Procuradoria Geral da República, o ex-diretor financeiro da UTC EngenhariaWalmir Pinheiro Santana, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, deu detalhes do esquema de repasses de dinheiro a políticos feitos pela construtora.
A TV Globo teve acesso à íntegra do material, que confirma acusações feitas pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, e revela novos detalhes sobre os interesses vinculados aos pagamentos.
Julio Delgado
Um dos nomes citados por Pinheiro é o do deputado federal Julio Delgado (PSB-MG). Em um dos depoimentos, o ex-diretor da UTC contou aos investigadores que, em julho de 2014, Ricardo Pessoa o procurou para que fizesse transferência para o comitê de campanha de Delgado no valor de R$ 150 mil. O repasse deveria ser feito em agosto daquele ano.
Segundo Pinheiro, o dono da UTC não deu detalhes explícitos sobre o motivo do suposto repasse ao deputado mineiro. Ele disse, porém, que ficou "implícito" que o dinheiro seria uma garantia de que Julio Delgado "aliviaria" eventual ação da CPI mista da Petrobras contra Pessoa – Delgado era integrante da comissão.
“Que, não obstante, ficou implícito que o recebimento de valores estava relacionado corn a expectativa de que Julio Delgado aliviaria eventual ação da CPMI contra Ricardo Pessoa", diz trecho da delação de Pinheiro.
O deputado Júlio Delgado disse que nunca se reuniu com Walmir Pinheiro e que não conhece o ex-executivo da UTC.
Ele afirmou ainda que, por não conhecê-lo, não há sentido em Pinheiro concluir nada que esteja "implícito". Delgado acrescentou que votou no relatório paralelo da CPI que pedia o indiciamento de Ricardo Pessoa.
A assessoria de Julio Delgado afirmou que os R$ 150 mil foram repassados pela UTC à  conta do PSB em  Minas Gerais, que à época era presidido por Julio Delgado. Esse dinheiro foi distribuído pras campanhas de 16 candidatos a deputado e que nenhum centavo foi usado na campanha de Julio Delgado a deputado federal, segundo a assessoria.
José Dirceu
Em outro depoimento, o ex-executivo da UTC confirma pagamento ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele reforça, assim como fez Ricardo Pessoa, que Dirceu teria recebido pagamentos por um contrato de consultoria mesmo quando estava preso, cumprindo pena no mensalão do PT.
Pinheiro acrescenta que o valor mensal repassado a Dirceu era de R$ 115 mil e que, mesmo enquanto o ex-ministro estava preso, a UTC e a empresa de consultoria assinaram dois aditivos a esse contrato.
"Luís Eduardo [irmão de Dirceu] foi algumas vezes na UTC tratar com o depoente [Walmir Pinheiro] sobre estes pagamentos, especialmente os aditivos; estes aditivos foram feitos quando José Dirceu estava preso: um realizado em 11 de fevereiro de.2013, outro em 11 de fevereiro de 2014, sendo que o contrato original é de 29 de fevereiro de 2012”, relata em depoimento.
Em nota, o advogado de José Dirceu, Roberto Podval, afirmou que "todos os pagamentos foram declarados e contabilizados e que o serviço foi prestado antes da prisão de José Dirceu."
"Como o pagamento foi parcelado, ainda havia dinheiro a ser recebido por Dirceu, mesmo ele estando preso", diz a nota.
Arthur Lira
Walmir Pinheiro disse também que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi pessoalmente à sede da empreiteira para receber R$ 1 milhão em espécie. O repasse foi solicitado por Ricardo Pessoa, segundo o ex-diretor da UTC.
O advogado de defesa do deputado, Pierpaolo Bottini, informou por telefone que "não existiu entrega de dinheiro e que as afirmações não passam de tentativa de rechear a delação com fatos inverídicos para buscar mais benefícios". A defesa informou ainda que irá provar a "inverdade e postulará pela invalidade do acordo".
Em um trecho do depoimento, Walmir Pinheiro disse que "se surpreendeu" ao verificar que, segundo ele, o próprio deputado foi buscar o dinheiro na sede da empresa. Pinheiro afirmou aos procuradores que esperava que Arthur Lira enviasse um emissário para buscar o dinheiro em seu nome.
O ex-diretor da UTC, o dinheiro estava na sala que ocupava na empresa e, devido ao volume, não cabia no cofre. Por isso, teria sido guardado em seu armário, segundo afirmou. Ele disse que entregou o dinheiro a Arthur Lira na sala de reunião da empreiteira.
* Colaboraram Lucas Salomão, do G1, em Brasília; Gabriel Delgado, Yvna Sousa e Murilo Salviano, da TV Globo e da GloboNews, em Brasília.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Janot pede perda do mandato de deputado petista Vander Loubet ao STF Parlamentar teria recebido R$ 1,028 milhão em esquema de corrupção instalado na BR Distribuidora Estadão Conteúdo


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O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que decrete a perda do mandato do deputado Vander Loubet (PT-MS), alvo da Operação Lava Jato, por suposto recebimento de propinas que somaram R$ 1,028 milhão em esquema de corrupção instalado na BR Distribuidora. Ao denunciar Loubet criminalmente perante a corte máxima, por corrupção passiva (11 vezes) e lavagem de dinheiro (99 vezes), Janot atribui ao petista ligação com "grupo criminoso" que repassava a ele valores ilícitos "em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobrás Distribuidora S/A".

"O parlamentar, em conjunto com seus auxiliares, acabou aderindo à organização criminosa preordenada à prática de crimes de peculato, de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro no âmbito da BR Distribuidora", assinala o procurador-geral na denúncia contra Loubet, protocolada no Supremo em 17 de dezembro de 2015.

Janot pediu ainda a decretação da perda em favor da União dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no caso, judicialmente apreendidos ou sequestrados, no valor originário total de R$ R$ 1.028 milhão, a ser acrescido de juros e correção monetária. Janot quer condenação do petista e de outros denunciados - inclusive familiares de Loubet e o empresário Pedro Paulo Leoni - "à reparação dos danos materiais e morais causados por suas condutas", fixando-se um valor mínimo de cinco vezes o montante cobrado a título de propina no caso, no total de R$ 5,14 milhões "á que os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos".

O procurador-geral aponta "lesões à ordem econômica, à administração da justiça, à administração pública e ao processo eleitoral, inclusive à respeitabilidade do Congresso Nacional perante a sociedade brasileira".

Janot afirma que as investigações do Inquérito 3990/DF "evidenciaram que, para que o grupo criminoso em questão atuasse, era necessário o repasse de valores ilícitos para o deputado federal Vander Loubet, em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobras Distribuidora S/A".

Na denúncia contra Vander Loubet, o procurador dedica um capítulo para as diretorias da BR "controladas pelo PT".

"Em razão de o Partido dos Trabalhadores deter praticamente metade da BR Distribuidora, Pedro Paulo Leoni Ramos tinha que repassar parte das vantagens indevidas também ao deputado federal petista Vander Loubet. Em compensação, Pedro Paulo tinha plena liberdade para implementar o esquema criminoso na Petrobras Distribuidora S/A, chegando a atuar inclusive nas diretorias politicamente indicadas pelo PT."

Segundo Janot, em 2009, Vander Loubet "participou da movimentação da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados que resultou na indicação política de Andurte de Barros Duarte Filho para o cargo de diretor de Mercado Consumidor da Petrobras Distribuidora S/A". "A partir de então, o parlamentar passou a exercer considerável influência, em nome do PT, sobre a BR Distribuidora."

A investigação mostra que a ascendência de Loubet sobre a sociedade de economia mista federal é indicada pelos registros de entrada do deputado nos prédios da Petrobras Distribuidora S/A. "Existem visitas anteriores a 2009, o que aponta no sentido de que, antes mesmo da nomeação de Andurte de Barros Duarte Filho, o parlamentar já tinha interesses escusos diversos relacionados à BR Distribuidora."

"Vander Loubet, agindo como representante do Partido dos Trabalhadores em relação à BR Distribuidora, recebeu significativas vantagens pecuniárias indevidas de Pedro Paulo Leoni Ramos, por intermédio de Alberto Youssef, entre 2012 e 2014, para deixar de exercer a função parlamentar de fiscalização sobre a administração federal e permitir a livre atuação da organização criminosa voltada à prática de crimes de peculato, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro no âmbito da Petrobras Distribuidora S/A", assinala o procurador-geral da República.

Segundo a denúncia, "para o recebimento dissimulado e disfarçado dos valores ilícitos, o deputado federal Vander Loubet utilizou seus familiares, especialmente sua esposa, Roseli da Cruz Loubet, e seu cunhado Ademar Chagas da Cruz, além da sócia desse último Fabiane Karina Miranda Avanci".

"A estratégia de ocultação das quantias provenientes do delito de corrupção foi descoberta pelas investigações", diz a denúncia.

A quebra do sigilo bancário do parlamentar permitiu o rastreamento das propinas. "As operações financeiras objetivavam em última instância o favorecimento do deputado com vantagens pecuniárias indevidas. Foram utilizadas pessoas interpostas, a maioria familiares do parlamentar, para ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores provenientes de propina. No entanto, o afastamento de sigilo fiscal indicou movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados do deputado federal Vander Loubet nos anos de 2012, 2013 e 2014, além de variação patrimonial a descoberto no ano de 2003, o que aponta no sentido da manipulação e utilização de valores ilícitos pelo próprio parlamentar."

Defesa

A assessoria de Vander Loubet informou que o deputado não iria comentar a acusação porque ainda não teve acesso à denúncia do procurador-geral da República nem à delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

A assessoria de imprensa de Pedro Paulo Leoni Ramos disse que ele não vai se manifestar por não ter tido acesso ao teor da denúncia.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A colegas da cadeia, Bumlai explica por que a Andrade Gutierrez tira o sono do PT

Pecuarista José Carlos Bumlai em depoimento em CPI do Congresso Nacional
Pecuarista José Carlos Bumlai em depoimento em CPI do Congresso Nacional(Ueslei Marcelino/Reuters)
Preso desde novembro por ordem do juiz federal Sergio Moro, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo íntimo do ex-presidente Lula, confidenciou a presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba que dois desdobramentos das operações Lava Jato e Zelotes têm potencial para implodir o governo Dilma Rousseff e sepultar de vez a carreira política de Lula: a bombástica delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez, que detalharam a investigadores da Lava Jato como a campanha de Dilma recebeu recursos que teriam sido desviados da Petrobras, e os pagamentos recebidos por Luís Cláudio Lula da Silva, o filho do ex-presidente que embolsou 2,5 milhões de reais da empresa Marcondes e Mautoni por uma consultoria fictícia. A gigante AG já admitiu aos investigadores da Lava Jato que pagou propina até mesmo nas obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014 e se comprometeu a pagar uma multa bilionária no acordo de leniência negociado com o Ministério Público. Mas o que tira mesmo o sono do Palácio do Planalto são as eventuais confissões de que a empresa tenha repassado dinheiro sujo para a campanha de Dilma. Esse ponto, aposta Bumlai, será mortal para a ação que tramita contra Dilma e o peemedebista Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que pode levar à cassação dos dois.(Laryssa Borges, de Brasília)

Lula intermediou reunião entre Collor e diretoria da BR Distribuidora, diz Cerveró


Na ocasião, senador tentou crédito bilionário a usineiros de Alagoas. Pouco depois, empresário aliado de Collor teria recebido repasse do Banco do Brasil



Por: Felipe Frazão e Laryssa Borges, de Brasília
 - Atualizado em 
A promotoria investiga a ajuda da OAS a Lula ao reformar apartamento no Guarujá
Lula, chocado com a situação em Alagoas(Douglas Magno/VEJA)
Em depoimento prestado em acordo de delação premiada, o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró relatou à força-tarefa da Operação Lava Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agendou uma reunião entre o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e a diretoria da BR Distribuidora em 2010 em que Collor teria atuado pela concessão de um crédito de 1 bilhão de reais a usinas de álcool de Alagoas.
Na ocasião, Collor reuniu toda a diretoria da BR para intermediar uma transação envolvendo a compra de álcool de uma safra antecipada de usinas do Estado. Na prática, a operação foi interpretada como uma concessão de crédito a usineiros. O senador justificou a medida em razão de "uma grande enchente que havia acometido Alagoas". O senador petebista chegou a classificar o usineiro João Lyra como "altruísta" por supostamente estar ajudando na recuperação dos prejuízos causados pelas enchentes em Alagoas. Collor teria dito que levou Lula para conferir a situação no Estado por causa das chuvas e que o ex-presidente ficou 'chocado'.
O negócio não foi concretizado, afirmou Cerveró, mas na sequência Lyra recebeu um empréstimo de 50 milhões de reais do Banco do Brasil por meio de uma usina de etanol em situação de falência em Alagoas. Ex-deputado do PSD alagoano e aliado político de Collor, Lyra é empresário em Alagoas e pai de Thereza Collor, que foi casada com Pedro Collor de Mello (morto em 1994), irmão do senador.
O repasse do dinheiro, segundo Cerveró, irritou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O delator disse que Renan vinculou o financiamento à campanha de Collor no Estado. Cerveró relatou aos investigadores que foi cobrado pessoalmente pelo presidente do Senado sobre a concessão do empréstimo a João Lyra. Ele não soube informar quais foram as condições do contrato de empréstimo. À época ele era diretor na BR Distribuidora e dizia que quem dava as cartas na empresa era Collor.
"Sobre esse fato [empréstimo de 50 milhões de reais] o declarante [Cerveró] foi chamado por Renan Calheiros a fornecer explicações. O declarante se reuniu no gabinete de Renan Calheiros no Senado Federal. Na ocasião, Renan Calheiros perguntou: 'Nestor, eu soube que você concedeu R$ 50.000,000,00 (cinquenta milhões de reais) ao João Lyra'. Renan Calheiros demonstrava estar chateado com a situação", diz trecho da delação. "O declarante então explicou que a BR Distribuidora não havia concedido o financiamento em questão. O declarante explicou que o Banco do Brasil havia concedido o financiamento. Renan Calheiros afirmou: 'Ah, agora eu entendi, então é por isso que a campanha do Collor está deslanchando'. O declarante entendeu com isso que o dinheiro do financiamento havia sido usado na campanha de Fernando Collor de Mello em Alagoas."
O delator também relatou a procuradores e delegados da força-tarefa da Lava Jato que "tinha reuniões periódicas, mensais ou bimestrais" com políticos e intermediários deles para acertar o repasse de propiona na BR Distribuidora. Os encontros ocorriam, entre 2010 e 2013, em hotéis de luxo da orla do Rio de Janeiro, como o Copacabana Palace e Leme Palace. Participaram dos encontros, entre outros, Pedro Paulo Leoni Ramos, apontado como operador de Collor na estatal, José Zonis, ex-diretor da BR Distribuidora, e o senador preso e ex-líder do governo Dilma Rousseff Delcídio do Amaral (PT-MS), responsável pela indicação de Cerveró para a BR Distribuidora e também tinha "ascendência grande sobre o presidente da José Lima de Andrade Neto.
O Instituto Lula divulgou nota a respeito das declarações de Cerveró, e afirma que Lula já tratou do assunto em depoimento em 16 de dezembro:
No depoimento à PF, Lula negou ter tratado com qualquer pessoa sobre supostos empréstimos ao PT ou sobre a contratação de sondas pela Petrobras, que são objetos de investigação. Esclareceu ainda que fez apenas duas indicações pessoais na Petrobrás: os ex-presidentes José Eduardo Dutra e José Sérgio Gabrielli. Os demais diretores da estatal e de empresas controladas foram indicados por partidos, como aliás ocorreu e ocorre em outros governos no Brasil e em outras democracias ao redor do mundo.
Apesar da campanha de boatos e falsas denúncias de que tem sido alvo, Lula não responde a nenhuma ação judicial, porque sempre atuou dentro da lei, antes, durante e depois de ser presidente do Brasil.

A cada dia, agiganta-se a figura de Lula como o depredador da democracia



               

O que continua a ser espantoso, depois de tudo, é que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não seja nem mesmo investigado num inquérito. Essa foi uma das grandes vergonhas que o país herdou do mensalão. E, pelo andar da carruagem, pode ser também a herança vergonhosa que deixará a investigação do petrolão

Por: Reinaldo Azevedo  
A institucionalidade brasileira tem um depredador-chefe: chama-se Lula. Os advogados do poderoso chefão do PT não precisam ficar escarafunchando entrelinhas para ver como podem me processar. Perda de tempo. Ser depredador-chefe da institucionalidade não é um crime previsto no Código Penal, não é mesmo?
Os doutores não poderão alegar tratar-se de uma calúnia. Também não se cuida aqui de injúria ou difamação. Expresso apenas uma opinião, até porque o ex-presidente poderia dizer em sua defesa que, onde vejo depredação, o que se tem, na verdade, é a criação das bases para a redenção dos oprimidos. Eu e Luiz Inácio da Silva certamente temos opiniões muito distintas sobre… Lula! Sim, a cada nova revelação da Operação Lava Jato, cresce a figura de um verdugo das instituições democráticas em seu sentido pleno.
Por que isso?
Dados da delação premiada de Nestor Cerveró — que foram tornados públicos, não constituindo vazamento ilegal — apontam que Lula o nomeou para uma diretoria na BR Distribuidora como recompensa por este ter viabilizado que o grupo Schahin operasse o navio-sonda Vitória 10.000 — um contrato de US$ 1,6 bilhão. Cerveró fez o favorzinho quando era diretor da Área Internacional da Petrobras, de onde foi demitido logo depois.
Com esse acordo, o PT não precisou saldar uma dívida com o grupo, que já estava em R$ 60 milhões. O passivo decorria de um empréstimo de R$ 12 milhões feito ao partido em 2004, em nome de José Carlos Bumlai, o amigão de Lula, que serviu de mero laranja da operação. Vale dizer: a Petrobras pagou o empréstimo contraído pelo PT.
Mas isso realmente aconteceu?
Os diretores do grupo Schahin, que emprestaram o dinheiro e assinaram o contrato bilionário confirmam as duas transações. Bumlai, o amigão de Lula, admite ter sido mero laranja da operação e que o empréstimo nunca foi pago. Fernando Baiano, outro delator, já havia relatado rigorosamente a mesma história — inclusive sobre a nomeação de Cerveró para a BR Distribuidora como uma recompensa. Segundo Baiano, Bumlai acertou isso pessoalmente com Lula. Será que aconteceu? A pergunta é por que tanta gente iria mentir, inclusive se incriminando, ainda que num ambiente de delação premiada.
Mas a coisa não ficou por aí. Nesta terça, ficamos sabendo que, segundo o depoimento de Cerveró, “em meados de 2010, houve uma reunião na BR Distribuidora com a presidência, todos os diretores e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL)”. Segundo o depoente, “a realização dessa reunião foi uma sugestão de Lula a Collor, que estava acompanhado por João Lyra, político e usineiro em Alagoas”.
O senador queria que a Petrobras fizesse a compra antecipada da safra dos usineiros do estado, o que contrariava norma da BR Distribuidora. A operação não aconteceu. Cerveró diz ter ficado sabendo que o Banco do Brasil liberou mais tarde um crédito de R$ 50 milhões para Lyra. O BB diz que a proposta realmente foi feita, mas que a instituição não autorizou a transação.
Notem: Alagoas teria sofrido com enchentes naquele 2010, e tal operação seria um socorro. É claro que, em tese, um presidente pode propor reuniões para minorar os efeitos locais de desastres naturais etc. Mas vocês vão perceber que não é disso que se trata.
Loteamento
Segundo a Procuradoria-Geral da República, em denúncia protocolada no STF contra o deputado Vander Loubet (PT-MS), Lula loteou a BR Distribuidora entre Collor e o PT. Rodrigo Janot afirma que, entre 2010 e 2014, foi criada “uma organização criminosa pré-ordenada principalmente ao desvio de recursos públicos em proveito particular, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de dinheiro”. Na denúncia, informa a Folha, o procurador-geral afirma que Collor nomeou os responsáveis pelas diretorias da Rede de Postos e Serviços e de Operações e Logística: respectivamente, Luiz Cláudio Caseria Sanches e José Zonis. E as duas diretorias, segundo Janot, serviram de base para o pagamento de propina ao senador.
Já a diretoria Financeira e de Serviços e a de Mercado Consumidor ficaram com o PT, ocupadas, então, pelo próprio Cerveró e por Anduarte de Barros Duarte Filho. Também elas seriam bases de pagamento de propina.
Eis o modelo Lula de gestão. Ele nunca usou o estado brasileiro para implementar políticas públicas de alcance universal — exceção feita ao bolsismo e suas variantes, que se transformam em máquinas de caçar votos. Todas as vezes em que seu nome aparece, o que se vê é sempre a lógica do arranjo, o uso do dinheiro público para conceder privilégios a entes privados, em troca, obviamente, de apoio político.
O desastre do petismo
O Brasil que caminha para a depressão econômica, com dois anos seguidos de forte recessão (teremos, sim!), depois de crescer 0,1% em 2014, é aquele que, a rigor, ficou sem governo digno desse nome nos últimos 13 anos, entrando agora no 14º. Apontem uma só política pública relevante que o PT deixará como herança, que modernize e formate o estado, exceção feita à exacerbação de medidas de caráter compensatório para minorar os extremos da miséria. Dois anos seguidos de perda de riqueza, podendo chegar a três, vão consumir boa parte dos benefícios obtidos pelos mais pobres, o que evidencia que não eram sustentáveis.
O mais curioso é que parte considerável dos desastres que aí estão era evitável. A sua origem é fiscal. Decorre do descontrole da máquina. Ocorre que isso demandaria que o PT tivesse outra compreensão da democracia. Ou me corrijo: isso exigiria que o PT entendesse a democracia e aceitasse seus pressupostos. Isso lhe teria dado a chance até mesmo de corrigir erros de operação de política econômica, eventualmente não dolosos.
Mas não! Lula chegou ao poder com a cabeça do sindicalista que, a partir de certo ponto da trajetória, se impôs a tarefa de enterrar a velha-guarda e ocupar o gigantesco aparato assistencialista que cerca o mundo do trabalho e confere a seus donatários um formidável poder político. No sindicalismo, feio é perder. Na política, a derrota é uma das essências da democracia porque é a existência da oposição que legitima o regime.
O que continua a ser espantoso, depois de tudo, é que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não seja nem mesmo investigado num inquérito. Essa foi uma das grandes vergonhas que o país herdou do mensalão. E, pelo andar da carruagem, pode ser também a herança vergonhosa que deixará a investigação do petrolão.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016


VICE-PRESIDENTE

Preocupado em perder comando do PMDB, Temer avalia ceder espaço

Peemedebista avalia a possibilidade de abrir mais espaço para a bancada do PMDB no Senado Federal, que articula o lançamento de uma chapa alternativa, com o senador Renan Calheiros (AL)


Vice-presidente, Michel Temer.


PUBLICADO EM 12/01/16 - 20h54
FOLHAPRESS
Preocupado com articulação para retirá-lo do comando nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer tem demonstrado disposição de promover uma reacomodação de forças na Executiva Nacional do partido.

Segundo a reportagem apurou, o peemedebista avalia a possibilidade de abrir mais espaço para a bancada do PMDB no Senado Federal, que articula o lançamento de uma chapa alternativa, com o senador Renan Calheiros (AL), para fazer frente ao vice-presidente.

Contudo, com os movimentos de Temer, a disputa poderia ser substituída por um acordo. Um dos espaços pretendidos é a vice-presidência do partido. Em um cenário de impeachment da presidente Dilma Rousseff, não descartado pelos peemedebistas, o grupo de Renan assumiria o comando do PMDB.

Os acenos, que têm sido feitos por aliados e assessores de Temer, passam também pela garantia do apoio dos setores da legenda do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que detém o maior número de eleitores na convenção nacional da sigla em março, e que ocupam atualmente apenas dois postos no comando nacional da sigla.

O grupo de Temer tem em mãos um mapa de convencionais. Em campanha pela reeleição, Temer também iniciou movimento para conquistar apoio entre peemedebistas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, Estados que também estão entre os com mais convencionais na reunião partidária.

Para fortalecer a candidatura, o vice dará início no próximo dia 28 a viagens pelo país. Começará por Curitiba e Florianópolis, considerados prioritários.

Embora evitem demonstrar a clara preocupação de Temer com o cenário colocado no PMDB na disputa deste ano, destacando que o partido sempre tem divergências, aliados do vice concordam que a situação é mais "crítica".

Atribuem isso ao acirramento dos ânimos ao fim do ano passado com a deflagração do impeachment de Dilma, seguida por uma carta de reclamação de Temer, episódios que claramente dividiram opiniões no partido.

Desde a ocasião, a relação entre o vice e a presidente Dilma tem sido protocolar. A cúpula peemedebista ficou incomodada com a intervenção do Palácio do Planalto na eleição da liderança do partido na Câmara dos Deputados.

Como revelou a Folha de S.Paulo nesta terça (12), o Planalto ofereceu ao deputado Mauro Lopes (MG) a SAC (Secretaria de Aviação Civil) na tentativa de garantir a recondução do aliado, Leonardo Picciani (RJ) à liderança. Dessa forma, a bancada de Minas, que tem demonstrado disposição de concorrer com Picciani à vaga de líder, seria atendida e não criaria problemas ao governo.

Temer e aliados se reuniram com Lopes nesta terça e tentaram convencê-lo a não aceitar o convite.

O deputado ainda não deu resposta. Publicamente, Picciani afirma desconhecer o convite.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

"Cerveró cita propina de US$ 100 milhões ao Governo FHC na venda da Pérez Companc" Estadão Conteúdo


O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que declarações "vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação".

Oposição apresenta pedido para que CPI dos Fundos de Pensão convoque Wagner


Requerimento foi apresentado por deputados do DEM e do PPS após Operação Lava Jato encontrar supostas trocas de mensagens entre o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, e o ministro da Casa Civil

Estadão Conteúdo
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Deputados do DEM e do PPS apresentaram nesta segunda-feira, 11, um requerimento para convocar o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, a depor na CPI dos Fundos de Pensão da Câmara. O protocolo do pedido só será efetuado em fevereiro, no retorno do recesso parlamentar.

O requerimento é de autoria dos deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Paulo Azi (DEM-BA). A convocação do petista precisa ser aprovada em votação no plenário da CPI.

Reportagem publicada pelo Estado mostra que conversas obtidas pela Operação Lava Jato no celular do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, indicam suposta atuação de Wagner na intermediação de negócios entre a empresa e fundos de pensão.

O pedido de convocação já era previsto pelo presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), que deixou claro o desejo de retomar os trabalhos da comissão ouvindo o ministro. "Já estão configurados os indícios de tráfico de influência e direcionamento dos negócios para interesses políticos partidários", afirmou Efraim, que é candidato a líder da bancada do DEM. Wagner tem negado quaisquer irregularidades no caso.

Para Jungmann, vice-líder da minoria, a aprovação da convocação não deve sofrer resistência do colegiado. "A convocação de Jaques Wagner na CPI se deve a matérias divulgadas pela imprensa e a dados e informações que estão sendo investigados pelo MPF e PF. Daí a necessidade de convocar o ministro para que ele preste os devidos esclarecimentos sobre esses fatos, que são extremamente graves e que envolvem o seu nome. Uma imposição que estamos cumprindo", defendeu Jungmann por meio de nota.

Messi supera Neymar e Cristiano Ronaldo e é eleito o melhor jogador de futebol do mundo

Esta é a quinta vez que o argentino do Barcelona recebe o prêmio Bola de Ouro da Fifa

Da redação, com Estadão Conteúdo
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O argentino Lionel Messi, do Barcelona (Espanha), foi eleito o melhor jogador de futebol do mundo de 2015 em votação realizada pela Fifa. O prêmio foi entregue nesta segunda-feira em Zurique, na Suíça.

Messi, que venceu o prêmio Bola de Ouro pela quinta vez, superou o brasileiro Neymar, também do Barcelona, e o português Criatino Ronaldo, do Real Madri, na grande final.

O argentino, que venceu quatro vezes seguidas entre 2009 e 2012, agora retorna ao topo depois de ser superado por Cristiano Ronaldo em 2013 e 2014.

Messi foi eleito como o melhor do mundo por 41.33% do colégio eleitoral, composto por capitães e técnicos de cada uma das seleções da Fifa e por um jornalista de cada país federado à entidade. Cristiano Ronaldo ficou em segundo pela quarta vez, repetindo 2009, 2011 e 2012. O português teve 27.76% dos votos. Neymar, finalista pela primeira vez, terminou em terceiro, com 7.86%.

"É muito bom voltar aqui depois de duas conquistas do Ronaldo. É incrível que seja a quinta. Vislumbrava isso quando eu era pequeno. Queria agradecer a todos que votaram em mim e aos meus colegas de equipe. Sem ele não seria possível", disse Messi ao receber o prêmio.

Se em 2013 Messi foi prejudicado por lesões e em 2014 Cristiano Ronaldo levou o Real Madrid ao título da Liga dos Campeões, no ano passado não houve o que atrapalhasse Messi, considerado o melhor jogador da sua geração, a ser novamente consagrado como o melhor do ano. Pelo contrário. Iniesta, Xavi, Neymar e Suárez só ajudaram o argentino a jogar em grande forma.

Só em 2015, Messi ganhou o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei, a Liga dos Campeões, o Mundial de Clubes e a Supercopa da Europa. Só não levou a Supercopa da Espanha, vencida pelo Athletic Bilbao.

Se a premiação fosse a Chuteira de Ouro (entregue a artilheiros dos torneios da Fifa), ela ficaria com Cristiano Ronaldo, que anotou 54 em 52 jogos em 2015. Messi fez seis a menos - 48 -, em uma partida a mais. Diferentemente do português, entretanto, o argentino foi decisivo em momentos chaves da temporada. Fez gols nas finais do Mundial de Clubes, da Copa do Rei e da Supercopa da Europa. Também anotou o gol do título espanhol.

Os números de Messi ficam mais expressivos quando analisados em conjunto com os dos seus companheiros de ataque no Barcelona. O clube fechou 2015 com incríveis 180 gols, um recorde no futebol espanhol. Juntos, Messi, Neymar e Suárez, o ''Trio MSN'', anotaram 137, sendo 48 do uruguaio e do argentino e 41 do brasileiro. Ou seja: num momento em que ganhou companheiros para dividir os gols do Barça, Messi soube permanecer no topo, mantendo a média de gols, mas melhorando seu aproveitamento como assistente.

O único porém no ano de Messi é seu desempenho com a seleção da Argentina, ainda abaixo do esperado. Em 2015, a Argentina perdeu a decisão da Copa América para o Chile e, ao longo de todo o torneio, o atacante fez só um gol, de pênalti, e só deu assistências na goleada sobre o Paraguai. De resto, foi discreto.

Americana Carli Lloyd é eleita melhor jogadora do mundo

Campeã mundial com a seleção dos Estados Unidos, Carli Lloyd confirmou o favoritismo e recebeu nesta segunda-feira o prêmio de melhor jogadora do planeta, em Zurique, superando a japonesa Aya Miyama e a alemã Celia Sasic.

A atleta de 33 anos foi a artilheria da Copa do Mundo feminina, com os mesmos seis gols que Sasic, eliminada nas semifinais pelas americanas.

"É uma grande honra, a realização de um sonho. Agradeço a todos que votaram em mim e àqueles que me acompanham, Jill (Ellis, técnico da seleção americana) e todos os treinadores. Não seria a mesma sem minhas companheiras. É preciso 23 jogadoras para jogar uma Copa do Mundo", agradeceu Lloyd.

Lloyd também chegou a ser indicada para o Prêmio Puskas de gol mais bonito do ano, pela pintura do meio de campo na final contra o Japão (5-2), na qual balançou as redes três vezes. Ela fez parte das dez indicadas, em novembro, mas não ficou entre as três finalistas.

A americana sucedeu a duas alemães, Nadine Kessler (2014) e Nadine Angerer (2013).

Recordista de premiações, com as cinco Bolas de Ouro conquistadas, de 2006 a 2010, a brasileira Marta ficou fora da lista das indicadas pela primeira vez desde 2003.

Sem surpresas, quem foi eleita melhor técnica do ano no futebol feminina foi Jill Ellis, que levou a seleção americana de Lloyd ao título.

Única mulher entre os finalistas, Ellis superou os técnicos das seleções de Inglaterra e Japão, Mark Sampson e Norio Sasaki, respectivamente.

domingo, 10 de janeiro de 2016

"A VELHA RINHA PT VERSUS GOVERNO"


Carlos José Marques, diretor editorial





PT e Governo iniciam 2016 trocando farpas. Repetem o mesmo ritual do ano passado. Os dois querem resgatar a imagem. Mas por caminhos adversos. O PT e as agremiações radicais que lhe dão sustentação, como a CUT, pregam uma “guinada à esquerda”. Sugerem largar mão de ajustes e de medidas anti-inflacionárias. Exigem – e o termo é esse mesmo – “boas notícias” na forma de incentivos e larga distribuição de crédito. Sem limitações nesse aspecto! Almejam a volta da festa. Afinal, em ano de eleição, precisam mostrar o dinheiro girando. A conta que fique para depois! Os cérebros petistas elaboraram uma espécie de “Carta ao Povo Brasileiro”, já entregue ao Executivo, com ideias bem pouco ortodoxas. Ali está um festival de insanidades, como o uso de parte das reservas do Tesouro para bancar os gastos extras e até o pedido de um empréstimo à China. Ao todo são 14 medidas que passam, fundamentalmente, por um intervencionismo estatal fora de hora. Aplicado na marra. No contraponto dessa corrente, o ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, ensaiou um mea culpa em entrevista concedida na semana passada ao Jornal Folha de S. Paulo. Disse que o PT se lambuzou no poder e despertou assim – claro! – a ira nas hostes do partido. Logo ele que é candidatissimo à corrida presidencial, caso Lula abdique da preferência. Wagner fez, na verdade, um movimento ensaiado. Quer lustrar a carapuça do Estado com algum senso de responsabilidade e altruísmo. Assume erros. Faz autocríticas. Promete mudanças sem rupturas. Dilma reiterou o discurso. Falou em café da manhã com jornalistas que não terá “guinada à esquerda”. Como no palanque, alegou governar para todos. Não apenas para o PT ou PMDB. Disse estar preocupada com o equilíbrio fiscal e a meta, mínima, de 0,5% de superávit. Diferenças postas entre PT e Governo, foi Lula, mais uma vez, quem se arvorou o papel de bombeiro, jogando água na fervura. Apelou para que não haja enfrentamento público e para que o Planalto e o partido diminuam suas rusgas. Lula gosta das propostas do PT e prega a imediata aplicação delas. Ao menos no que tange o princípio de resgate de uma agenda positiva. Só não sabe como fazê-lo. Dilma, por sua vez, levantou a hipótese de uma reforma da previdência. Promessa tão antiga como a sua incapacidade para levá-la adiante. A presidente não conta sequer com base política suficiente para tomar a dianteira dessa batalha. Ao contrário, tem logo ali adiante uma guerra, muito mais decisiva, por sua sobrevivência no poder. E nesse confronto vai precisar, mais do que nunca, do PT ao seu lado.