SÃO PAULO e RIO - O engenheiro Zwi Skornicki, representante comercial
no Brasil do estaleiro Keppel Fels, está na mira da Polícia Federal há
mais de um ano, desde que o nome dele surgiu na lista de 11 operadores
de propina entregue à Lava-Jato pelo ex-gerente da Petrobras Pedro
Barusco, um dos delatores da operação. Segundo a Polícia Federal,
Skornicki é o maior dos operadores do esquema e teria movimentado
quantias muito superiores aos demais, incluindo aí o doleiro Alberto
Youssef. A atuação de Skornicki pode levar a outras áreas da
administração federal, além da Petrobras.
Nascido na Polônia, Skornicki, de 66 anos, era representante no
Brasil do estaleiro Keppel Fels. Apenas as propinas relacionadas aos
contratos firmados entre o estaleiro e a Petrobras podem ter
ultrapassado R$ 100 milhões. O estaleiro fechou contratos com a estatal
para as plataformas P-51, P-52, P-56 e P-61 e os cascos para a P-53 e
P-58.
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Barusco
disse que o estaleiro ainda devia US$ 14 milhões em propina à diretoria
de Serviços da Petrobras quando o diretor da área, Renato Duque, deixou
a empresa. Skornicki teria então usado uma conta sua no banco Delta, na
Suíça, para transferir US$ 12 milhões a Duque e US$ 2 milhões a Barusco
por meio de contas mantidas pela dupla no mesmo banco.
Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/brasil/operador-preso-na-lava-jato-era-investigado-ha-mais-de-um-ano-18723385#ixzz40wJSR4kF
Delatado pelo ex-gerente, que informou ter recebido propina do
operador, Skornicki negava ter conta na Suíça e dizia que as denúncias
não passavam de "fantasia". Quando foi levado a depor em fevereiro do
ano passado, na Operação My Way, a mesma que prendeu o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto,Skornicki ficou calado sob a alegação de que não
sabia do que era acusado.
Skornicki é dono das empresas Eagle do Brasil e Eagle Consultoria em Engenharia, ao lado da mulher e do filho.
Na operação My Way, a PF apreendeu na casa dele 48 obras de arte e cinco carros.
Ele argumentava que os quadros não valiam muito e que seu patrimônio
era compatível com os anos trabalhados no mercado de petróleo. Morador
da Barra da Tijuca, no Rio, é dono de uma casa em Angra dos Reis e de um
terreno de mais de 4 mil metros quadrados no Condomínio Portogalo, um
dos mais sofisticados da região, onde uma segunda residência estava em
construção.
A defesa de Zwi Skornicki afirmou que considera a prisão
desnecessária, já que desde a 9ª fase da Operação Lava-Jato, em
fevereiro de 2015, Skornicki sempre esteve no Brasil e à disposição das
autoridades públicas para prestar esclarecimentos.
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