O presidente boliviano está sendo acusado de favorecer a empresa chinesa gerenciada por sua ex-amante, com quem teve um filho até então desconhecido
Um jornalista da oposição boliviana divulgou recentemente
uma certidão de nascimento que comprova a existência de um filho, até
então desconhecido, do presidente Evo Morales com uma antiga amante e
empresária. Segundo a oposição, após o caso com o líder boliviano,
Gabriela Zapata mudou de vida repentinamente e conquistou o cargo de
gerente comercial de uma empresa transnacional chinesa que atua no país,
em um ato classificado como "tráfico de influências".
As denúncias do jornalista Carlos Val verde no canal de
televisão Activia TV vieram pouco antes de um referendo, marcado para 21
de fevereiro, em que os bolivianos devem decidir se aceitam a reeleição
do presidente para o pleito de 2019. O governo boliviano admitiu o
relacionamento entre Evo e Gabriela e o nascimento do bebê em 2007, que
morreu com um ano de idade. O presidente, no entanto, nega as acusações
de tráfico de influência e determinou a investigação dos contratos com a
transnacional chinesa.
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"A controladoria-geral deve investigar imediatamente e revelar a
verdade sobre os contratos com a Camc [nome da empresa chinesa]. Peço
isso publicamente, que façam uma investigação profunda", disse Evo após a
divulgação do escândalo. "Não sei nada de tráfico de influência ou
corrupção, mas sei que perto de votações como o referendo aparece
qualquer mentira."
Desde 2013 Zapata é gerente executiva da empresa chinesa detentora de
diversos contratos de obras do governo boliviano - os valores somam 566
milhões de dólares (mais de 2 bilhões de reais). Segundo Valverde, o
envolvimento da ex-amante de Morales com a Camc teria favorecido a
empresa na obtenção de contratos com o governo para a construção de uma
mina de potássio no Salar de Uyuni, uma linha de trem e uma represa.
Em meio ao escândalo, as últimas pesquisas de opinião indicam um
empate entre o "sim" e o "não" no referendo do próximo domingo. Segundo
levantamento do instituto Mori, publicada na última sexta-feira, havia
um empate técnico com 40% das intenções de voto para cada lado. Em
relação à última pesquisa realizada pelo mesmo instituto, a opção pelo
"sim" oscilou um ponto para baixo, enquanto o "não" cresceu três pontos.
Ao menos 11% dos eleitores ainda estão indecisos.
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