Filho de Ignácio Cury Gabriel e Palmira de Oliveira Gabriel. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Pará, dirigiu o hospital Barros Barreto e também a Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde. Secretário de Saúde e depois Secretário de Segurança no segundo governo Alacid Nunes (1979-1983) aproximou-se do PMDB em 1982 quando a porção alacidista do PDS confrontou o senador Jarbas Passarinho e apoiou o nome de Jáder Barbalho ao governo do estado levando o candidato Oziel Carneiro à derrota. Como parte do acordo político entre o novo governador e seu predecessor é nomeado prefeito de Belém (1983-1986) em substituição ao empresário Sahid Xerfan que fora defenestrado por Barbalho cinco meses após a posse.[2]
Consumada a coligação PMDB-PDS visando o pleito de 1986 o grupo de Alacid Nunes migrou para o PFL e a coligação já referida venceu as eleições por larga margem com Hélio Gueiros governador do Pará tendo Almir Gabriel[3] e Jarbas Passarinho[4] como senadores aptos a participar da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição Brasileira de 1988. Após dexar o PMDB foi um dos fundadores do PSDB, às vésperas das eleições municipais de 1988.
Escolhido candidato a vice-presidente na chapa de Mário Covas nas eleições presidenciais de 1989 não passou do primeiro turno e em 1990 foi o terceiro colocado na disputa pelo governo do Pará, em um pleito no qual Jáder Barbalho derrotou o petebista Sahid Xerfan em segundo turno.
Em 1994 foi eleito governador do Pará ao derrotar Jarbas Passarinho em segundo turno sendo reeleito em 1998 após derrotar Jáder Barbalho nas mesmas condições.[5] Em 2002 elegeu Simão Jatene como seu sucessor.
Depois de 4 anos afastado da vida pública, voltou à cena política novamente como candidato ao governo do Pará nas eleições de 2006 tendo Valéria Pires Franco como candidata a vice-governadora[6] pela coligação "União pelo Pará".[7] Apurados os votos teve cerca de 44% dos sufrágios, porém o apoio de Jáder Barbalho à então senadora Ana Júlia Carepa (PT), o apoio do então presidente Lula
e dissidências na chapa governista foram determinantes para a sua
derrota em segundo turno, passando a figurar na oposição ao novo
governo.
Governo do estado
Seus dois mandatos à frente do governo do estado foram marcados pelo
investimento em infra-estrutura, como o Tramoeste, o novo Estádio
Olímpico, a Macrodrenagem, a Alça Viária, o porto de Vila do Conde,
entre outros. Gabriel investiu também em obras turísticas. Reformulou a
orla do Maçarico, em Salinópolis, e revitalizou diversos pontos
turísticos da capital, Belém. Sob seu governo, foram reformados o Forte do Castelo de Belém, a Casa das Onze Janelas, a Catedral da Sé, a Igreja de Santo Alexandre e o Mangal das Garças.
Ainda na área turística, o tucano investiu em revitalizações.
Transformou o então presídio São José num pólo joalheiro, enviando os
presos para penitenciárias do interior. Parte do antigo porto de Belém foi transformada no Estação das Docas, considerado por muitos o cartão postal da cidade.
Foi em seu governo que ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, ação policial que terminou com a morte de 19 trabalhadores ligados ao Movimento dos Sem Terra
(MST), sendo pelo menos 10 sem-terra executados, segundo o legista
Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos. Além disso, mais três
sem-terra morreram tempos depois, em consequência das sequelas, e 66
mutilados físicos. O caso teve repercussão nacional e internacional.
Contudo nunca se provou qualquer associação do governador Almir Gabriel
com o resultado da ação policial, tendo o Ministério Público já se
manifestado a respeito, isentando o governador de qualquer
responsabilidade criminal. Tampouco seria interessante para o PSDB e
outros grupos de mesmos interesses políticos e econômicos aprofundar as
investigações que associassem o nome do então governador Almir Gabriel
com possível envolvimento na ação truculenta da polícia. Apenas foi
mencionado que o Secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara,
declarou, depois do ocorrido, que autorizara "usar a força necessária,
inclusive atirar".
Notas e referências
- ↑ Globo (19 de fevereiro de 2013). Ex-governador do Pará, Almir Gabriel morre em Belém (em português). Página visitada em 19 de fevereiro de 2013.
- ↑ Veja, 3 de agosto de 1983
- ↑ Eleito com 463.774 votos segundo o acervo online do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).
- ↑ Eleito com 336.041 votos segundo a mesma fonte.
- ↑ No primeiro mandato o vice-governador era Hélio Gueiros Júnior e no segundo era Hildegardo Nunes, filho de Alacid Nunes.
- ↑ Valéria Pires Franco disputava a reeleição para o cargo.
- ↑ Formada por 15 partidos: PSDB, PFL, PTB, PSC, PL, PP, PAN, PRTB, PHS, PMN, PTC, PV, PRP, PRONA e PT do B
Ligações externas
- Acervo digital de Veja (em português) Acesso em 7 de fevereiro de 2010.
- Eleições para governador em 1990 segundo o IUPERJ (em português) Acesso em 6 de fevereiro de 2010.
- Página oficial do Senado Federal (em português) Acesso em 6 de fevereiro de 2010.
Precedido por Sahid Xerfan |
Prefeito de Belém 1983-1986 |
Sucedido por Coutinho Jorge |
Precedido por Carlos Santos |
Governador do Pará 1995 - 2003 |
Sucedido por Simão Jatene |
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