sábado, 29 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO UM CANCER MALIGNO 02

No Brasil, desde os tempos da Colônia, com a ajuda do Santo Ofício, medidas de
combates foram tentadas, porém a inclinação para paixões e desejos escusos ainda continuava
a ser um imperativo na ação daqueles homens de grossa aventura. O quadro em nada se
alterou após a Independência, durante o Império, com o advento da República e no decurso do
período de exceção. Pelo contrário. Os casos de corrupção não só aumentaram, como também
novas formas de ação e novos personagens foram surgindo. Com a restauração da democracia,
novas promessas de se acabar com a corrupção no Brasil foram proferidas no calor das
emoções daquele momento histórico. Falácias! Nada mais que falácias. A corrupção
continuou a se disseminar pelo país e nos últimos anos nos deparamos com sua face mais
mesquinha, mais descompromissada com a coletividade e com a coisa pública.
Procurando fazer uma reflexão acerca dessa dinâmica da ação corrupta no seio da
sociedade brasileira, bem como de apresentar outras propostas de combate, o presente
trabalho traz, num primeiro momento, as mais variadas definições referentes ao termo
corrupção, utilizando-se, para isso, de conceitualizações provenientes da etimologia, da
filosofia, da política e da história, e, num segundo tempo, uma discussão epistemológica sobre
as possíveis causas (ou origens) desse malogro do homem e da sociedade.
Assim sendo, a metodologia aqui adotada encontra-se pautada numa dialética
interdisciplinar entre sociologia, psicologia, filosofia e história, e que trouxe para uma mesma
mesa de discussão teóricos de diferentes momentos da história – Sócrates, Platão, Aristóteles,
Maquiavel, Kant, Rousseau e Freud –, seus postulados, concordâncias e antagonismos; numa
apreciação, em separado, de determinados conceitos – ação humana, ação social,
racionalização, verdade, mentira, responsabilidade, resultados, vícios etc. – pertinentes ao
tema (corrupção) e à discussão com a finalidade de chamar o leitor para uma melhor reflexão
acerca da complexidade das relações sociais em seu contexto produtivo, bem como de fazer
desperta nele a consciência histórica transformadora e o pensamento crítico.

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