segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ficha Limpa só para uns

A Lei da Ficha Limpa que está sendo muito festejada pelo povo brasileiro, principalmente depois que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal admitiu, finalmente, a sua constitucionalidade, tem um vício imperdoável: ela só atinge aqueles políticos que se candidatam a cargos eletivos.
É lamentável que a propalada Lei não tenha atingido outros vigaristas. No meu entendimento, e, certamente, das pessoas que ainda pensam um pouco neste país onde o tecido social está fortemente corrompido, a Ficha Limpa deveria valer para todos aqueles que atuam no serviço público.
Principalmente para quem é indicado e/ou escolhido para ocupar cargos ministeriais. Até porque, levando em conta o que aconteceu em 2011, nunca antes na história deste país se viu tantos ministros afastados por suspeitas de falcatruas cometidas com o dinheiro público.
Pior: para substituir os ministros envolvidos em atos de corrupção, manda a regra governamental que basta aos novos ocupantes mostrar o quanto há de sujeira nas suas fichas pessoais.
Mesmo considerando que o número de ministérios já excede de todas as formas imagináveis, o que por si só já representa um fantástico desperdício de dinheiro público, a capacidade técnica que deveria ser exigida para os gestores das Pastas jamais é levada em consideração.
Assim, o pré-requisito indispensável que o nosso governo exige que conste no currículo dos indicados a qualquer um dos incontáveis ministérios, é a capacidade que cada candidato mostre para promover desvios de recursos públicos no menor tempo possível. Os melhores para o governo devem ser os piores para o bem do Brasil. Que tal?

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