domingo, 30 de outubro de 2011

AJUDE COMBATER ESTA PRAGA MALDITA...

Corruptos, por serem corruptos, adoram deparar-se com situações em que a corrupção parece sobrepujar aqueles que a combatem sem tréguas.
Por serem corruptos, os corruptos, sobretudo os antigões, os passados na casca do alho, usam vias transversas, usam caminhos tortuosos para tentar desqualificar os que não se intimidam diante dos caciques partidários, às vezes travestidos de chefes de quadrilha que se arrogam poderes que não têm.

Um corrupto notoriamente conhecido está aproveitando para tentar desqualificar entidades que tradicionalmente se opuseram a gente como ele, que não tem a menor qualificação, a menor credencial, o menor estofo moral para apontar supostos deslizes que outros cometeram.
Um corrupto assim está incomodando porque lhe causa asco relembrar, ainda hoje, que pela primeira vez, em sua História recente, o Pará foi às ruas, no mês de maio deste ano, para vituperar contra os ladrões do dinheiro público.
Numa caminhada que reuniu mais de 20 mil pessoas, promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará, com o apoio das Organizações Romulo Maiorana, ouviram-se um só grito, um só clamor, uma só repulsa a vilipêndios escandalosos, horrorosos, nauseantes perpetrados contra o erário.
A caminhada contra a corrupção e pela vida foi decisiva para dar dar vazão a revoltas há muito represadas, reprimidas, sufocadas, agrilhoadas no íntimo de tanta gente que talvez nunca teve coragem de se expressar abertamente.
Nessa caminhada - democrática, popular, plural -, o ficha suja do Pará compareceu. Ele esteve presente não pessoalmente, mas por meio de prepostos, ou melhor, de capangas.
O ficha suja, que até aquela altura se acreditava fosse apenas um ficha suja, revelou-se um empateslador. Mandou empastelar a manifestação. E o fez, certamente, financiando seus capangas com o dinheiro público, única fonte de sua riqueza.
Não se esperava outra coisa de um ficha suja. Não se esperava conduta diversa da que adotou na marcha contra a corrupção. Não se esperava que ele, um corrupto, demonstrasse alguma sobriedade, alguma moderação, algum respeito pelo direito que as pessoas têm de se manifestar contra a corrupção.
Mas nem o empastelamento, nem os capangas, nem as ameaças, nem as campanhas que o corrupto promove para desacreditar entidades que pregam a moralização dos cotumes políticos, nada disso, enfim, deve intimidar ou amedrontar os que se empenham em combater a corrupção.
Ao contrário, a vigilância aos corruptos deve prosseguir. É disso que eles não gostam. É isso que os atemoriza. Porque eles, os corruptos, não têm limites com a desfaçatez com que se conduzem. Não têm limites com suas audácias.
Farsantes, audaciosos e, literalmente, sem qualquer vergonha de se regalar dia e noite, noite e dia nos cofres públicos, os corruptos ainda têm o desplante de arrogar-se o direito de roubar sem que ninguém os incomode.
Eles têm horror quando alguém grita: "Pega o ladrão". Têm horror quando flagrados em operação. Abjetam os que os descobrem com as mãos na massa.
Pois uma marcha como a que a OAB do Pará promoveu contra a corrupção foi um verdadeiro "pega o ladrão", grito que ressoa com estrépito, ainda hoje, nos ouvidos de corruptos como o daqui, enriquecido a ponto de formar uma rede de veículos - jornal, rádio e televisão - que todos já se acostumaram a chamar de RCA (Rede de Corrupção da Amazônia).
O corrupto não perdoa que uma entidade da tradição e da respeitabilidade da OAB tenha aglutinado adesões a uma iniciativa meritória de estimular os cidadãos a partirem para o enfrentamento - democrático e civilizado - aos dilapidadores dos cofres públicos.
Convém, por isso, que o Pará se acautele. Quando os corruptos esperneiam, é porque alguém gritou: "Pega o ladrão".
Fonte: O Liberal

Nenhum comentário: