Indecisão Líder do PV está dividido entre a opinião dos colegas e decisão do partidoDepois de uma tarde inteira reunido com a direção estadual na sede do partido, o deputado Gabriel Guerreiro, líder do PV na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), recebeu a equipe de O Liberal para informar que ainda está poderando se assina ou não o requerimento pela abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes na Casa. Visivelmente tenso e acompanhado do presidente estadual da sigla, Zé Carlos Lima, ele disse entender que o Ministério Público tem instrumentos suficientes para apurar o que de fato ocorreu e que uma CPI agora teria cunho mais político que técnico. Lima afirmou que a situação é de diálogo e não de imposição do partido sobre o deputado, mas não escondeu que espera de Guerreiro a adesão à recomendação do PV do Pará, favorável à CPI. "Talvez a CPI dê alguma resposta à população, mas do ponto de vista da apuração, não vejo viabilidade e nem uma forma de se obter avaliações mais aprofundadas sobre o que houve. Sei que, de pronto, se a Comissão for instalada, será dominada pelos partidos maiores", adiantou o deputado. "Uma coisa que eu sei que a CPI vai acrescentar é tempo a essa situação toda, porque a Alepa irá ouvir novamente todo mundo que o MP ouviu e está ouvindo. Será mais sangramento dentro da Assembleia, instituição com a qual eu me preocupo muito", ponderou ele, que foi líder de governo na Casa durante o governo de Ana Júlia Carepa (PT), encerrado no ano passado. Apesar de parecer mais inclinado a não assinar o requerimento, Guerreiro concorda que o arquivamento do pedido de abertura de CPI também poderá complicar a imagem da Assembleia perante a população. "Pode ser que comprometa, tem esse aspecto, mas eu estou me guiando pelo caminho da apuração. Sei que o Ministério Público tem elementos aos montes para esclarecer os mecanismos usados para esse desvio, a CPI só teria cunho político. Mas como eu disse, estou ponderando", insistiu, dizendo ainda que não tem data certa para divulgar sua decisão. "Pode ser hoje, amanhã ou semana que vem. Sei que a recomendação do partido é para que eu assine, mesmo sabendo que a minha assinatura não é determinante para a instalação da Comissão. Me considero leal à sigla, mas eu não estou sozinho. Discuti a situação com alguns líderes de bancada, tenho minhas ponderações pessoais e digo que não vejo a CPI como esse instrumento salvador que dizem por aí. Tenho muitas dúvidas se isso não dilaceraria ainda mais a Alepa. As coisas estão bem encaminhadas como estão e acredito que a capacidade dos envolvidos pelo MP é maior que a dos deputados". |
terça-feira, 3 de maio de 2011
Guerreiro é pressionado para apoiar CPI da Alepa
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