No entanto, o menor impacto mesmo, constata a pesquisa, será para o Pará remanescente. “Já há uma estrutura administrativa montada e consolidada, por isso, os custos neste aspecto não aumentarão”, acentua Roberto Corrêa.
A primeira questão levantada no estudo a partir da repartição em três Estados, como constata a pesquisa, será a significativa perda de arrecadação do Pará remanescente. Mesmo sem conclusão, o estudo constata segundo o professor, que Tapajós ficará mais pobre com a divisão, comprometendo a qualidade dos serviços públicos essenciais. “O povo do Tapajós ficará mais pobre”, aponta a pesquisa.
Carajás será a maior renda per capita dos três Estados. A média per capita estimada será de R$ 12 mil anuais. Já o Tapajós será o menor PIB per capita, R$ 5.4 mil. O Pará remanescente a média per capita será de R$ 7.1 mil.
Para o professor, mesmo que boa parte das pessoas que mora no Pará possa ter simpatia por algum dos Estados, terá que aceitar o que os dados demonstram. “É um processo inaceitável de aumento de custos em um período que se prega a racionalidade dos gastos públicos”, especifica.
O pesquisador questiona para que formar três governos se o sistema administrativo irá triplicar os gastos públicos? Ele assegura que não há condições econômicas viáveis de manutenção dos novos Estados que tenderão a entrar em déficit e provocar ainda mais desequilíbrio regional.
Mas, Roberto Corrêa admite que no futuro poderá até ter viabilidade dos novos Estados, mas a curto e médio prazos não há possibilidade. “Hoje, é essencial a racionalidade dos custos públicos. A divisão comprometerá a gestão pública de resultados. É necessária, atualmente, a busca da eficiência dos serviços públicos”, ressalta o pesquisador.
REPRESENTAÇÃO
Dos atuais 41 parlamentares estaduais com a redivisão esse número praticamente dobrará, pois a tendência é que haverá mais 37 deputados estaduais. Com base na atual população de cada região, o Pará remanescente perderá 11 deputados estaduais, ficando com um quadro de 30 representantes na Assembleia Legislativa. Tapajós e Carajás terão 24 deputados estaduais, cada, somando um total das três unidades federativas de 78 parlamentares estaduais.
Da atual bancada de deputados federais, composta de 17 membros, a tendência é aumentar para 26. O Pará remanescente perderá dez deputados federais e os dois Estados deverão fazer bancadas de oito parlamentares federais, cada.
Serão também mais dois governadores e mais seis senadores, três de Tapajós e três de Carajás. O cientista social Roberto Corrêa não acredita que a região será beneficiada com o aumento da bancada da Amazônia no Congresso Nacional. Ele alega que nunca houve união dos Estados para lutar por questões conjuntas, cada federação atua de forma isolada, em defesa própria. No entanto, o aumento de custos para manter os mandatos parlamentares e suas estruturas é evidente. (Diário do Pará)
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